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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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URBANISMO

Projeto prevê cinco paradas na avenida e uma faixa a menos para motoristas, mas prefeitura descarta piora no trânsito

Rebouças perde faixas e pontos de ônibus

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos projetos mais polêmicos da gestão Marta Suplicy (PT), a revitalização da avenida Rebouças (zona oeste de SP) -que deverá estar concluída em setembro- poderá diminuir o tempo médio das viagens de ônibus, mas obrigará os usuários a andar mais.
Com a mudança dos pontos de ônibus das calçadas para o canteiro central da avenida, haverá apenas cinco paradas em todo o percurso de aproximadamente 2,5 km entre as avenidas Faria Lima e Paulista. Atualmente, existem oito pontos de ônibus do lado de Pinheiros e outros nove no dos Jardins (veja quadro na pág. C4).
Serão criadas ainda faixas exclusivas para os ônibus na esquerda, mas sem nenhuma separação física -o controle será feito por sensores eletrônicos. Se um carro invadir a pista, o sistema será acionado e o motorista, multado.
Marta Suplicy deu entrevista ontem para rebater críticas de moradores e de comerciantes, que temem a degradação da área. Eles citam os exemplos da Santo Amaro e Nove de Julho, onde, segundo esses moradores, o número de casas caiu e o comércio enfraqueceu com os corredores.

Menos faixas
O número de faixas nesse trecho da Rebouças vai diminuir de quatro para três, sendo que uma delas será exclusiva dos ônibus. Apesar disso, a prefeitura não prevê piora no trânsito, porque as conversões à direita ficarão mais livres, e haverá menos mudanças de faixa, o que aumenta a velocidade média. Ouvido pela Folha, Luiz Célio Bottura, do Instituto de Engenharia, diz que se os semáforos estiverem bem dimensionados, o trânsito deve fluir melhor.
Nas novas paradas, que ficarão próximas aos principais cruzamentos da via, serão construídos "terminais de transferência" -pontos de ônibus maiores e cobertos, com assentos, telefones públicos e painéis que informarão a linha que se aproxima e o tempo previsto para as chegadas. Esses terminais serão adaptados com rampas e piso antiderrapante. Segundo a prefeitura, as árvores dos canteiros não serão retiradas. Nas calçadas, serão plantados ipês e jacarandás, entre outros.
Segundo a prefeita, o custo total da obra será de R$ 1,43 milhão. Nesse valor, estão incluídos a construção dos terminais, a ampliação na iluminação (troca por lâmpadas que iluminam mais, além de outras 200 novas) e o projeto de paisagismo.
As mudanças na Rebouças fazem parte de um projeto mais amplo no sistema de transportes, que prevê 20 corredores desse tipo na cidade, com cerca de 193 quilômetros de extensão e 350 "estações de transferência". Pelo projeto, o usuário poderá mudar de um corredor para o outro sem ter de pagar uma nova passagem.
O projeto completo tem um custo total estimado em cerca de R$ 104 milhões e previsão de conclusão final para daqui a um ano. O corredor da Rebouças, que começa na Vila Sônia (zona oeste) e vai até o centro, no fim da rua da Consolação, terá 26 terminais e será o primeiro a ficar pronto.


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