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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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SAÚDE

Órgão apontou irregularidades

Vigilância Sanitária fecha ala de hospital

DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo interditou ontem a área cirúrgica do Hospital Monumento, no Ipiranga (zona sul da capital paulista).
No último dia 9, o menino Bruno Henrique Lima de Abreu, 8, morreu quando recebia um medicamento utilizado na preparação para a anestesia. Ele faria uma cirurgia de amígdalas no hospital, que tem 50 leitos e é conveniado ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo Paulo Nakano, técnico da vigilância responsável pela interdição, o menino teve uma parada cardíaca após receber propofol, um indutor aplicado antes da anestesia que pode causar reação alérgica em algumas pessoas.
O desfibrilador (equipamento utilizado para dar choques no coração) estaria em uma sala e não ao lado da cama cirúrgica. Por meio de um teste, os técnicos verificaram que o tempo para o equipamento chegar ao paciente seria de mais de dez minutos.
"O desfibrilador estava ligado à instalação elétrica inadequada e sem bateria", disse Nakano.

Intercorrências
O relatório de intercorrência da cirurgia foi rasurado, segundo o técnico. Um dado foi corrigido com corretor líquido e colocada informação de que o desfibrilador foi utilizado no socorro.
Foram achados ainda registros de problemas em cirurgias de outros pacientes, como troca acidental de medicamentos. A vigilância não pôde ter acesso ao prontuários médicos, que estariam com administradores.
A vigilância encontrou também oxímetros com calibração inadequada, laringoscópios sem lâmpadas, remédios e artigos médico-hospitalares vencidos. O fluxo da área de esterilização era inadequado, disse ainda Nakano.
A polícia vai investigar a causa da morte da criança. No hospital só havia médicos plantonistas. A reportagem não conseguiu localizar o diretor-clínico da unidade.


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