|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Órgão apontou irregularidades
Vigilância Sanitária fecha ala de hospital
DA REPORTAGEM LOCAL
O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo interditou ontem a área cirúrgica do
Hospital Monumento, no Ipiranga (zona sul da capital paulista).
No último dia 9, o menino Bruno Henrique Lima de Abreu, 8,
morreu quando recebia um medicamento utilizado na preparação para a anestesia. Ele faria uma
cirurgia de amígdalas no hospital,
que tem 50 leitos e é conveniado
ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo Paulo Nakano, técnico
da vigilância responsável pela interdição, o menino teve uma parada cardíaca após receber propofol, um indutor aplicado antes
da anestesia que pode causar reação alérgica em algumas pessoas.
O desfibrilador (equipamento
utilizado para dar choques no coração) estaria em uma sala e não
ao lado da cama cirúrgica. Por
meio de um teste, os técnicos verificaram que o tempo para o equipamento chegar ao paciente seria
de mais de dez minutos.
"O desfibrilador estava ligado à
instalação elétrica inadequada e
sem bateria", disse Nakano.
Intercorrências
O relatório de intercorrência da
cirurgia foi rasurado, segundo o
técnico. Um dado foi corrigido
com corretor líquido e colocada
informação de que o desfibrilador
foi utilizado no socorro.
Foram achados ainda registros
de problemas em cirurgias de outros pacientes, como troca acidental de medicamentos. A vigilância não pôde ter acesso ao
prontuários médicos, que estariam com administradores.
A vigilância encontrou também
oxímetros com calibração inadequada, laringoscópios sem lâmpadas, remédios e artigos médico-hospitalares vencidos. O fluxo
da área de esterilização era inadequado, disse ainda Nakano.
A polícia vai investigar a causa
da morte da criança. No hospital
só havia médicos plantonistas. A
reportagem não conseguiu localizar o diretor-clínico da unidade.
Texto Anterior: Rio: Famílias recebem área da Marinha Próximo Texto: Mortes Índice
|