É o que dizem médicos argentinos e chilenos; inverno no hemisfério começa dia 21

DA FOLHA ONLINE

As baixas temperaturas desta época do ano, principalmente no Chile, Argentina e Uruguai, têm sido decisivas para que a gripe A (H1N1) se alastre entre países próximos ao Brasil, segundo reportagem da BBC Brasil, que ouve infectologistas da porção sul do continente.
Na quinta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou que a doença se tornara uma pandemia. Uma pandemia é declarada quando há transmissão ampla e intercomunitária em mais de uma região.
O balanço da OMS divulgado na sexta, a menos de dez dias do começo do inverno no hemisfério Sul, mostra que o Chile, país de 15 milhões de habitantes, registrou 1.694 casos da doença, o maior número da América do Sul. Na Argentina, que tem cerca de 40 milhões de habitantes, foram 470 registros da gripe.
O Uruguai, com pouco mais de 3 milhões de habitantes, já registrou três mortes. No Brasil, foram 58 os infectados.
O infectologista chileno Miguel O'Ryan, professor da Universidade do Chile, afirma que a gripe A chegou ao país há cerca de um mês e que, desde então, espalhou-se rapidamente.
"O vírus está circulando amplamente no país. Os primeiros casos ocorreram no sul (onde as temperaturas são ainda mais baixas) e logo depois foram se espalhando. Todos os países com o mesmo clima frio, como a Argentina, também deverão ter um incremento no número de casos", afirmou O'Ryan.
Ele disse ainda que "ninguém tem toda a verdade sobre o vírus, mas sabemos que, no inverno, as pessoas tendem a ficar em lugares mais fechados, facilitando o contágio. Este vírus [Influenza] sobrevive mais tempo em lugares mais frios."
Para o infectologista Hugo Paganini, do hospital Garrahan, de Buenos Aires, o frio tem sido "decisivo". "O problema desta época do ano é que surge um coquetel de vírus de doenças respiratórias, mas agora somou-se a ele o da gripe A."
Na Grande Buenos Aires, 32 escolas foram fechadas na sexta após confirmação de que alunos haviam sido infectados.


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