São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
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Foz do Iguaçu também é rota de contrabando

da Agência Folha, em Londrina

da Agência Folha, em Porto Alegre Foz do Iguaçu, na fronteira com Puerto Iguazu (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai), é uma rota de contrabando de munição e armas de pequeno calibre, para uso pessoal.
Segundo o setor de inteligência da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, o contrabando de armas pesadas (de uso militar e grosso calibre) é pouco comum na região.
Nos últimos dois anos, só dois mini-14 (uma versão para uso civil dos fuzis M-1 do Exército dos Estados Unidos) e seis metralhadoras, de fabricação chilena, foram apreendidas na fronteira em Foz.
O mesmo não ocorre com munição, especialmente para fuzis, que é constantemente apreendida na região. Na maioria dos casos, são sacoleiros do Rio de Janeiro presos tentando contrabandear munição para os morros cariocas.
Segundo um agente da Polícia Federal em Foz, a entrada de armas de uso militar se dá "pelo Rio, e todo mundo sabe disso".
Desde janeiro deste ano, o setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal iniciou um acompanhamento de apreensões de armas e munição. Até então não existiam dados estatísticos sobre essas apreensões.
Até maio deste ano, foram apreendidos pela Receita Federal US$ 19,5 mil em armas e munição contrabandeadas na região.
Segundo Ana Paula Mattos Oliveira, da Delegacia da Receita Federal em Foz, o montante apreendido em armas e munição é "insignificante, se comparado com as apreensões de outros produtos".
Em Puerto Iguazu, as lojas de armas vendem basicamente produtos de fabricação argentina. Não é necessária documentação para comprar pistolas, revólveres e rifles no país vizinho.
Em Ciudad del Este são majoritárias as armas de fabricação brasileira. Grande parte das lojas que trabalham com armas aceitam fazer a venda no Brasil, ou seja, o comprador paga pelo produto no Paraguai e recebe a mercadoria em território brasileiro.

Repressão
A Polícia Federal deve intensificar a repressão ao contrabando de armas na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai, caso seja aprovada a lei que proíbe a venda de armas em território nacional.
Existe uma convicção na Polícia Federal gaúcha de que a aprovação da lei sobre as armas provocará o incremento no contrabando.
Nos primeiros meses do ano, com a discussão do assunto, isso já começou a ocorrer.
Segundo dados fornecidos pela Polícia Federal à Agência Folha, em todo o ano passado, foram abertos 36 inquéritos para investigar contrabando de armas.
Em 1999, os dados computados até o início de junho indicam que o número já chegou a 27 inquéritos. A tendência é que o número seja dobrado até dezembro.
"Nós teremos que aumentar os cuidados na fronteira", disse o delegado Regional de Polícia do Rio Grande do Sul, Casimiro Emerim.


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