São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
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Aeronáutica pode criar novo esquadrão

da Agência Folha,

em Pedro Juan Caballero O contrabando de armas e o tráfico de drogas do Paraguai poderão enfim enfrentar um inimigo há muito anos reivindicado pelos organismos de segurança do Mato Grosso do Sul: a Aeronáutica.
O tenente-brigadeiro-do-ar Walter Brauer, comandante da Aeronáutica, anunciou em Campo Grande (MS) que poderá instalar na base aérea da cidade um esquadrão de patrulhamento e ataque.
Caças Tucano ou SuperTucano ficariam baseados em Campo Grande e poderiam ser acionados quando houvesse suspeita sobre algum vôo clandestino no Estado. Os caças fariam o avião pousar e, em seguida, uma equipe da Polícia Federal, acionada, faria a vistoria.
Procurado para confirmar a iniciativa, o comandante não respondeu a um questionário enviado na quarta-feira pela Agência Folha a Brasília, alegando, por meio de sua assessoria, falta de tempo.
O delegado da Polícia Federal em Ponta Porã Lásaro Moreira da Silva disse que a criação do esquadrão seria "fundamental" para reduzir o contrabando e o tráfico internacional de drogas. As maiores "partidas" de armamentos da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero descobertas nos últimos anos estavam em aviões.

Rota da Colômbia
Uma dessas viagens teve um fim trágico, mas revelou um forte indício da conexão entre o contrabando de armas e o tráfico de drogas por guerrilheiros da Colômbia. Em 11 de fevereiro de 97, um avião Sêneca 810 caiu a 3 km da cidade de Pontes e Lacerda (MT), matando o piloto paraguaio Ruben Alderete.
Entre os destroços, a polícia encontrou 30 fuzis -incluindo nove AR-15 de fabricação norte-americana e sete pertencentes ao Exército do Paraguai- e 20 pistolas semi-automáticas.
A polícia informou, à época, que o armamento seria trocado por cocaína na Colômbia. O sobrevivente da queda, o comerciante Rildo de Araújo Tenório, disse que as armas foram adquiridas no comércio de Pedro Juan Caballero.
Para o delegado Lásaro Silva, a "conexão colombiana" ainda está em operação. "Nosso serviço de inteligência confirma que os contrabandistas continuam operando nessa rota", disse.


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