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Aeronáutica pode criar novo esquadrão
da Agência Folha,
em Pedro Juan Caballero
O contrabando de armas e o tráfico de drogas do Paraguai poderão enfim enfrentar um inimigo há
muito anos reivindicado pelos organismos de segurança do Mato
Grosso do Sul: a Aeronáutica.
O tenente-brigadeiro-do-ar
Walter Brauer, comandante da Aeronáutica, anunciou em Campo
Grande (MS) que poderá instalar
na base aérea da cidade um esquadrão de patrulhamento e ataque.
Caças Tucano ou SuperTucano
ficariam baseados em Campo
Grande e poderiam ser acionados
quando houvesse suspeita sobre
algum vôo clandestino no Estado.
Os caças fariam o avião pousar e,
em seguida, uma equipe da Polícia
Federal, acionada, faria a vistoria.
Procurado para confirmar a iniciativa, o comandante não respondeu a um questionário enviado na
quarta-feira pela Agência Folha a
Brasília, alegando, por meio de sua
assessoria, falta de tempo.
O delegado da Polícia Federal em
Ponta Porã Lásaro Moreira da Silva disse que a criação do esquadrão seria "fundamental" para reduzir o contrabando e o tráfico internacional de drogas. As maiores
"partidas" de armamentos da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero descobertas nos últimos
anos estavam em aviões.
Rota da Colômbia
Uma dessas viagens teve um fim
trágico, mas revelou um forte indício da conexão entre o contrabando de armas e o tráfico de drogas
por guerrilheiros da Colômbia. Em
11 de fevereiro de 97, um avião Sêneca 810 caiu a 3 km da cidade de
Pontes e Lacerda (MT), matando o
piloto paraguaio Ruben Alderete.
Entre os destroços, a polícia encontrou 30 fuzis -incluindo nove
AR-15 de fabricação norte-americana e sete pertencentes ao Exército do Paraguai- e 20 pistolas semi-automáticas.
A polícia informou, à época, que
o armamento seria trocado por cocaína na Colômbia. O sobrevivente
da queda, o comerciante Rildo de
Araújo Tenório, disse que as armas
foram adquiridas no comércio de
Pedro Juan Caballero.
Para o delegado Lásaro Silva, a
"conexão colombiana" ainda está
em operação. "Nosso serviço de
inteligência confirma que os contrabandistas continuam operando
nessa rota", disse.
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