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CIRURGIA
Hospital das Clínicas de SP seleciona pacientes; lista tem 78 nomes
Mutirão para transplante de
córnea atende 700 pessoas
da Reportagem Local
Cerca de 700 pessoas se submeteram a uma "maratona" de exames
oftalmológicos na manhã de sábado no Hospital das Clínicas de São
Paulo. O objetivo da campanha era
fazer triagem de pacientes que precisam de transplante de córnea.
O HC conseguiu zerar sua lista de
pacientes que esperavam para receber um transplante e usou o mutirão para formar uma nova lista.
Das cerca de 700 pessoas que foram atendidas no sábado, 78 tiveram indicação para a cirurgia. O
número deve aumentar porque a
alguns pacientes foram requisitados exames complementares.
As normas de triagem variam de
acordo com os hospitais. Segundo
as regras do HC, para fazer parte
da lista o paciente tem de apresentar problemas nas duas córneas.
Ou, se apenas uma delas estiver
doente, o outro olho deve apresentar doença que cause cegueira.
Cerca de 50 oftalmologistas foram mobilizados para o mutirão. A
dona-de-casa Vera Lúcia Teixeira
Lírio, 43, chegou às 2h de sábado
para engrossar a fila que já somava
150 pessoas. O atendimento começou às 7h.
Após enfrentar seis filas e seis
exames, às 11h, Vera foi informada
de que, além da deformação nas
córneas, sua retina também estava
doente. Por isso, o transplante não
adiantaria no seu caso.
Vera foi matriculada no ambulatório do HC para novos exames e
acompanhamento posterior.
Já Adriana Maria Camargo, 22,
foi incluída na 25ª posição da nova
fila de transplantes de córnea do
HC.
Há três anos ela sofre de ceratocone (deformação da córnea), uma
das causas mais comuns de indicação para transplante.
"Eu tinha medo da cirurgia, mas
esse mutirão facilitou o acesso das
pessoas e tomei coragem", disse.
Segundo os médicos, a previsão é
que Adriana faça sua cirurgia dentro de um mês. Isso porque o HC
modificou seu processo de captação de córneas, aumentando o número de doadores.
Em maio, o hospital captou 40
córneas em bom estado e realizou
os últimos 21 transplantes de sua
lista -o restante das córneas foi
distribuído a outros bancos de
sangue. De janeiro a abril deste
ano, apenas 30 córneas haviam sido captadas.
"O papel da universidade é
orientar e dar um bom atendimento", disse o coordenador do evento, Newton Kara José, professor titular de oftalmologia, que espera
zerar essa fila em três meses.
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