São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
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CIRURGIA
Hospital das Clínicas de SP seleciona pacientes; lista tem 78 nomes
Mutirão para transplante de córnea atende 700 pessoas

da Reportagem Local

Cerca de 700 pessoas se submeteram a uma "maratona" de exames oftalmológicos na manhã de sábado no Hospital das Clínicas de São Paulo. O objetivo da campanha era fazer triagem de pacientes que precisam de transplante de córnea.
O HC conseguiu zerar sua lista de pacientes que esperavam para receber um transplante e usou o mutirão para formar uma nova lista.
Das cerca de 700 pessoas que foram atendidas no sábado, 78 tiveram indicação para a cirurgia. O número deve aumentar porque a alguns pacientes foram requisitados exames complementares.
As normas de triagem variam de acordo com os hospitais. Segundo as regras do HC, para fazer parte da lista o paciente tem de apresentar problemas nas duas córneas. Ou, se apenas uma delas estiver doente, o outro olho deve apresentar doença que cause cegueira.
Cerca de 50 oftalmologistas foram mobilizados para o mutirão. A dona-de-casa Vera Lúcia Teixeira Lírio, 43, chegou às 2h de sábado para engrossar a fila que já somava 150 pessoas. O atendimento começou às 7h.
Após enfrentar seis filas e seis exames, às 11h, Vera foi informada de que, além da deformação nas córneas, sua retina também estava doente. Por isso, o transplante não adiantaria no seu caso.
Vera foi matriculada no ambulatório do HC para novos exames e acompanhamento posterior.
Já Adriana Maria Camargo, 22, foi incluída na 25ª posição da nova fila de transplantes de córnea do HC.
Há três anos ela sofre de ceratocone (deformação da córnea), uma das causas mais comuns de indicação para transplante.
"Eu tinha medo da cirurgia, mas esse mutirão facilitou o acesso das pessoas e tomei coragem", disse.
Segundo os médicos, a previsão é que Adriana faça sua cirurgia dentro de um mês. Isso porque o HC modificou seu processo de captação de córneas, aumentando o número de doadores.
Em maio, o hospital captou 40 córneas em bom estado e realizou os últimos 21 transplantes de sua lista -o restante das córneas foi distribuído a outros bancos de sangue. De janeiro a abril deste ano, apenas 30 córneas haviam sido captadas.
"O papel da universidade é orientar e dar um bom atendimento", disse o coordenador do evento, Newton Kara José, professor titular de oftalmologia, que espera zerar essa fila em três meses.


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