São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
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POLICIAMENTO
Projeto de regionalização será implantado em julho
PM de Minas descentraliza decisão para reduzir violência

FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Militar de Minas Gerais vai mudar a partir de julho a divisão do policiamento em Belo Horizonte para tentar reduzir os índices de criminalidade na capital.
O policiamento ostensivo será descentralizado e os gerentes das novas áreas que serão criadas terão que apresentar resultados em cima das metas propostas.
Hoje o policiamento em Belo Horizonte é dividido em cinco áreas, cada uma delas englobando cerca de 550 mil habitantes.
Com a alteração, a capital mineira passará a ser dividida em 25 áreas de atuação (com média de 140 mil habitantes) e terá um gerente (um oficial que responderá pela ação policial) com autonomia de ação.
Segundo o coronel Severo Augusto da Silva Neto, chefe CPC (Comando de Policiamento da Capital), cada área deverá planejar sua estratégia de acordo com o tipo de crime que lhe é mais comum.
Cada gerente de área receberá do comandante um estudo detalhado sobre sua área de atuação.

Parceria
Em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a Fundação João Pinheiro e a Prodabel (Companhia de Processamento de Dados de Belo Horizonte), a PM concluiu recentemente uma pesquisa com todos os dados referentes à criminalidade na capital.
Constam na pesquisa dados socioeconômicos sobre os moradores das áreas e de infra-estrutura dos bairros, como por exemplo a quantidade de bancos e casas lotéricas, alvos frequentes de assaltos na capital.
Isso, segundo o coronel, fará com haja em Belo Horizonte um tratamento diferenciado por região, o que a médio prazo pode resultar em redução da violência.
Até então o planejamento geral da Polícia Militar era independente das peculiaridades de cada região.
"O detalhamento permitirá ao gerente planejar suas atividades de acordo com a necessidade de sua área", disse.
O projeto, batizado de Polícia de Resultados, foi inspirado em várias experiências de países europeus e dos Estados Unidos.

Comunidade
O projeto passa também pelo envolvimento da população. A PM fez reuniões com associações comunitárias para estimular a participação no programa.
Aos moradores dos bairros caberá a criação dos chamados Conselhos Comunitários de Segurança Pública para dar sugestões e controlar o desempenho da PM.
Os chefes das áreas, segundo o coronel, poderão solicitar ao comando reforço de pessoal e equipamento de acordo com suas necessidades.
A princípio não há, segundo ele, um investimento específico nesses trabalhos, o que será requisitado ao governo de acordo com a demanda regional.
A partir de amanhã, a PM inicia treinamento de pessoal para começar os trabalho em julho.


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