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POLICIAMENTO
Projeto de regionalização será implantado em julho
PM de Minas descentraliza decisão para reduzir violência
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Polícia Militar de Minas Gerais
vai mudar a partir de julho a divisão do policiamento em Belo Horizonte para tentar reduzir os índices de criminalidade na capital.
O policiamento ostensivo será
descentralizado e os gerentes das
novas áreas que serão criadas terão
que apresentar resultados em cima
das metas propostas.
Hoje o policiamento em Belo
Horizonte é dividido em cinco
áreas, cada uma delas englobando
cerca de 550 mil habitantes.
Com a alteração, a capital mineira passará a ser dividida em 25
áreas de atuação (com média de
140 mil habitantes) e terá um gerente (um oficial que responderá
pela ação policial) com autonomia
de ação.
Segundo o coronel Severo Augusto da Silva Neto, chefe CPC
(Comando de Policiamento da Capital), cada área deverá planejar
sua estratégia de acordo com o tipo
de crime que lhe é mais comum.
Cada gerente de área receberá do
comandante um estudo detalhado
sobre sua área de atuação.
Parceria
Em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a Fundação João Pinheiro e a
Prodabel (Companhia de Processamento de Dados de Belo Horizonte), a PM concluiu recentemente uma pesquisa com todos os
dados referentes à criminalidade
na capital.
Constam na pesquisa dados socioeconômicos sobre os moradores das áreas e de infra-estrutura
dos bairros, como por exemplo a
quantidade de bancos e casas lotéricas, alvos frequentes de assaltos
na capital.
Isso, segundo o coronel, fará
com haja em Belo Horizonte um
tratamento diferenciado por região, o que a médio prazo pode resultar em redução da violência.
Até então o planejamento geral
da Polícia Militar era independente das peculiaridades de cada região.
"O detalhamento permitirá ao
gerente planejar suas atividades de
acordo com a necessidade de sua
área", disse.
O projeto, batizado de Polícia de
Resultados, foi inspirado em várias experiências de países europeus e dos Estados Unidos.
Comunidade
O projeto passa também pelo envolvimento da população. A PM
fez reuniões com associações comunitárias para estimular a participação no programa.
Aos moradores dos bairros caberá a criação dos chamados Conselhos Comunitários de Segurança
Pública para dar sugestões e controlar o desempenho da PM.
Os chefes das áreas, segundo o
coronel, poderão solicitar ao comando reforço de pessoal e equipamento de acordo com suas necessidades.
A princípio não há, segundo ele,
um investimento específico nesses
trabalhos, o que será requisitado
ao governo de acordo com a demanda regional.
A partir de amanhã, a PM inicia
treinamento de pessoal para começar os trabalho em julho.
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