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INFÂNCIA
Aziz se diz "aliviado, mas triste'; ONGs ficam indignadas
CPI da Exploração Sexual tira nome do vice do AM do relatório final
ANDREA MIRAMONTES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O nome do vice-governador do
Amazonas, Omar Aziz (sem partido), foi retirado da relação de
acusados do relatório final da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga casos de
exploração sexual no país.
Acusado de suposto envolvimento sexual com uma garota de
15 anos, Aziz nega os fatos e se diz
"aliviado, mas triste" com o ocorrido. "Ao retirar meu nome, foi
feita justiça. Um dia antes do tal
encontro e de a garota ter feito a
acusação, recebi a notícia de que
minha filha estava doente. Eu estava no hospital com ela, que faleceu duas semanas depois. Como
eu poderia ter saído com a menina se estava no hospital?"
A exclusão do político da lista,
pedida pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), foi decidida por
8 a 7 com o voto de Minerva do senador Ney Suassuna (PMDB-PB),
que presidiu a sessão.
"Optei pela retirada do nome
pois há dúvidas sobre a acusação
do vice-governador e quero evitar
injustiças", disse ele sob a vaia de
membros de organizações de defesa de crianças e adolescentes
que estavam presentes.
O senador afirmou ainda que as
provas de exploração sexual de
adolescentes envolvem o nome
do irmão do vice-governador e,
por isso, foi feita a confusão.
Aziz não quis falar sobre o suposto envolvimento do irmão
com a rede de prostituição. "Não
posso responder por ninguém, a
polícia que tem de investigar."
A relatora da CPI, deputada
Maria do Rosário (PT-RS), disse
não se sentir derrotada. "Reconheço o resultado e vamos retirar
o nome, mas tenho a certeza de
que o Ministério Público do Amazonas continuará investigando.
Quem votou contra acredita no
acusado. Eu acredito na vítima."
Membros de organizações que
acompanharam a CPI ficaram revoltados. "É um absurdo, uma
vergonha que senadores e deputados obstruam uma investigação
e defendam o acusado só por ser
uma autoridade", disse Elisabete
Borgianni, membro do Conanda
(Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente).
Entre políticos, juízes, líderes
religiosos, empresários e outros,
os citados no relatório somam
250. Com a exclusão de Aziz, somente seu nome não será enviado
ao Ministério Público, que vai
analisar se fará ou não denúncia.
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