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Disparos atingem Febem na zona leste de São Paulo
SÉRGIO VINÍCIUS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro homens atacaram a
tiros, ontem de madrugada, a
unidade Encosta Norte da Febem, no Itaim Paulista, extremo leste de São Paulo. O grupo
fez 38 disparos contra o portão
principal e deixou pendurada
uma faixa com os dizeres "Contra a opressão carcerária".
O ataque ocorreu por volta
das 2h, quando os internos estavam em seus quartos. O portão, feito de duas grossas chapas de aço, foi parcialmente
perfurado. Não houve feridos.
Funcionários ligaram o atentado ao PCC. "Temos ótima relação com a comunidade e não
teríamos problemas com o pessoal daqui", disse Flagas Rodrigues Lopes, diretor da unidade.
"Foi uma ordem de cima."
Os vizinhos da unidade revelaram ter ouvido tiros, mas não
presenciaram a ação. "Acordei
com os disparos, mas tive medo
de sair de casa", contou uma
moradora. "Nunca pensei que
isso pudesse ocorrer aqui, onde
há um serviço muito intenso da
Febem com a comunidade."
Um funcionário da unidade
disse que os 65 internos ficaram assustados, mas não demonstraram reação rude, como
iniciar um motim. "Trata-se de
uma unidade modelo, formada
por jovens que estão em sua
primeira passagem", afirmou.
Mesmo após o ataque, a segurança da Febem não terá reforço especial por parte da polícia
ou das autoridades. O portão
esburacado não tem previsão
de ser trocado. "A polícia faz
sua ronda normal por aqui, passando na frente da unidade de
20 em 20 minutos. Isso não
mudará agora", contou Lopes.
"Fiz hoje o pedido para troca o
portão, mas isso demora."
A unidade do Itaim Paulista
teve seu último grande problema em 30 de outubro de 2005,
quando cinco internos escaparam em uma tentativa de fuga
em massa. O levante ocorreu
em represália à nomeação de
Lopes como novo diretor.
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