São Paulo, terça, 14 de julho de 1998

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REMÉDIOS FALSOS 2
Liberação, provisória, foi dada pela Vigilância Sanitária; pílula Microvlar voltará a ser produzida
Schering volta a vender 24 medicamentos

CARLA CONTE
da Reportagem Local

A Schering do Brasil (não confundir com a Schering-Plough) conseguiu ontem autorização provisória para voltar a comercializar 24 dos 37 medicamentos do laboratório. A liberação de venda ocorreu antes mesmo de a Vigilância Sanitária fazer nova vistoria na empresa, que está interditada desde o dia 24 de junho, por determinação do Ministério da Saúde. Segundo a Schering, a empresa solicitou à Vigilância a liberação provisória desses medicamentos para reabastecer o mercado. Remédios como o Androcur (para câncer de próstata) já estavam em falta em algumas farmácias. Para vender esses 24 remédios, a empresa terá que destacar dois funcionários para acompanhar a venda dos medicamentos para as distribuidoras. Todo o processo -desde a produção até a venda- também terá que ser documentado e as notas fiscais deverão conter o número dos lotes. A empresa prevê que hoje os medicamentos já serão repassados para as distribuidoras, seguindo as exigências da Vigilância. O órgão também autorizou a produção da pílula Microvlar, mas a venda ainda está proibida. Para voltar às farmácias, a empresa terá que passar pela vistoria da Vigilância e produzir uma nova embalagem para que o consumidor não tenha dúvidas sobre o medicamento que está comprando. A empresa afirmou ontem ter solicitado nova vistoria da Vigilância Sanitária, que deve ocorrer entre hoje e amanhã. Até ontem, a Schering tinha apenas autorização para produzir os medicamentos (com exceção da pílula Microvlar), mas não para vendê-los. A Schering está passando por essa interdição devido ao caso das pílulas de farinha que chegaram às farmácias. O laboratório produziu 2 t de pílulas inócuas para serem usadas em teste de nova máquina de embalagem. Mas a empresa alega ter sido vítima de roubo de mercadoria que seria incinerada. Pelos menos 189 mulheres já se cadastraram na Schering, dizendo que engravidaram enquanto tomavam a Microvlar. A empresa ainda não se posicionou sobre eventuais indenizações às vítimas. Além do caso dos placebos, técnicos da Vigilância detectaram irregularidades na empresa durante vistoria, principalmente no setor de descarte de produtos. Após a blitz, a Vigilância autorizou a produção dos medicamentos, mas a venda estava proibida até que o laboratório corrigisse as falhas, o que já foi feito, diz a empresa.


Excepcionalmente hoje, não é publicada a coluna de Marilene Felinto



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