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REMÉDIOS FALSOS 2
Liberação, provisória, foi dada pela Vigilância Sanitária; pílula Microvlar voltará a ser produzida
Schering volta a vender 24 medicamentos
CARLA CONTE
da Reportagem Local
A Schering do
Brasil (não confundir com a
Schering-Plough)
conseguiu ontem autorização
provisória para
voltar a comercializar 24 dos 37
medicamentos do laboratório.
A liberação de venda ocorreu
antes mesmo de a Vigilância Sanitária fazer nova vistoria na empresa, que está interditada desde o dia
24 de junho, por determinação do
Ministério da Saúde.
Segundo a Schering, a empresa
solicitou à Vigilância a liberação
provisória desses medicamentos
para reabastecer o mercado. Remédios como o Androcur (para
câncer de próstata) já estavam em
falta em algumas farmácias.
Para vender esses 24 remédios, a
empresa terá que destacar dois
funcionários para acompanhar a
venda dos medicamentos para as
distribuidoras. Todo o processo
-desde a produção até a venda-
também terá que ser documentado e as notas fiscais deverão conter o número dos lotes.
A empresa prevê que hoje os medicamentos já serão repassados
para as distribuidoras, seguindo
as exigências da Vigilância.
O órgão também autorizou a
produção da pílula Microvlar,
mas a venda ainda está proibida.
Para voltar às farmácias, a empresa terá que passar pela vistoria da
Vigilância e produzir uma nova
embalagem para que o consumidor não tenha dúvidas sobre o medicamento que está comprando.
A empresa afirmou ontem ter
solicitado nova vistoria da Vigilância Sanitária, que deve ocorrer
entre hoje e amanhã. Até ontem, a
Schering tinha apenas autorização
para produzir os medicamentos
(com exceção da pílula Microvlar), mas não para vendê-los.
A Schering está passando por essa interdição devido ao caso das
pílulas de farinha que chegaram às
farmácias. O laboratório produziu
2 t de pílulas inócuas para serem
usadas em teste de nova máquina
de embalagem. Mas a empresa alega ter sido vítima de roubo de
mercadoria que seria incinerada.
Pelos menos 189 mulheres já se
cadastraram na Schering, dizendo
que engravidaram enquanto tomavam a Microvlar. A empresa
ainda não se posicionou sobre
eventuais indenizações às vítimas.
Além do caso dos placebos, técnicos da Vigilância detectaram irregularidades na empresa durante
vistoria, principalmente no setor
de descarte de produtos. Após a
blitz, a Vigilância autorizou a produção dos medicamentos, mas a
venda estava proibida até que o laboratório corrigisse as falhas, o
que já foi feito, diz a empresa.
Excepcionalmente hoje, não é publicada
a coluna de Marilene Felinto
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