São Paulo, terça, 14 de julho de 1998

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"Cassaram nosso direito de defesa'

da Sucursal de Brasília

Raimundo Monteiro Alves, presidente da Sepe (Sociedade Educadora Pedro 2º), a mantenedora da Fahupe, disse ontem que foi um erro do Ministério da Educação nomear como interventor da instituição um procurador em vez de um professor.
"Quem entende de educação é o professor. Ninguém quis me ouvir, nunca fui chamado. Fomos julgados prematuramente, só podem dizer se sou bandido se me escutam. Só em país fascista se cassa dessa forma o direito de defesa", afirmou Alves.

Dívidas
Indagado sobre as dívidas da instituição, Alves afirmou que elas são "bobagem".
"A dívida é de R$ 300 mil, R$ 400 mil, é dinheiro pouco. O governo deve muito mais que isso aí. Por que estou devendo? Porque não me concederam o direito de fazer vestibular em 97 e 98", disse o presidente.
Sobre o descredenciamento da faculdade, ele afirmou que o caso "está sob censura".
De acordo com Raimundo Alves, "faltou habilidade, foi uma injunção política".
"Se tivesse feito (a intervenção) com inteligência, não teria sido dessa maneira. As coisas vêm sendo feitas de forma errada desde 1989, com a cooperativa. Houve roubo aqui dentro, tenho tudo documentado. Não fizemos isso, mas jogam a culpa sobre nós e não nos dão direito de sobrevivência. Eu só vi coação."

"Tocar fogo"
Alves disse que, caso o parecer do Conselho Nacional de Educação seja homologado, ele vai pegar os documentos da faculdade, juntar em um terreno baldio e "tocar fogo".
"Acabou-se. Sou professor há mais de 30 anos. Eles é que sabem se querem fechar ou não a instituição", afirmou.
"Aqui tem 82% de professores com mestrado ou doutorado. Não estou ligando, já tenho 75 anos. Se quiserem mandar me matar, que matem, mas não me entregarei nunca." (BB)


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