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Seca do NE é proposta
como atração turística
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Natal
O geólogo Eduardo Bagnoli defendeu ontem em Natal (RN) a
utilização da seca no Nordeste como atração turística, durante simpósio na 50ª Reunião Anual da
SBPC (Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência).
"O turista do Sul quer conhecer
a caatinga seca, e essa paisagem
deve ser aproveitada economicamente", disse Bagnoli no simpósio "Turismo, Desenvolvimento
Sustentável e Impacto Social".
Apesar de o simpósio fazer parte
de uma reunião científica, temas
como o impacto social e a degradação ambiental ligados ao turismo foram pouco explorados no
evento, que foi aproveitado pelo
marketing da Prefeitura de Natal.
"A alternância das estações de
chuva e estiagem é um charme,
um diferencial a ser explorado",
afirmou Bagnoli, que é diretor do
Instituto de Turismo Ecológico de
Natal.
Para o geólogo, o fato de o interior do Nordeste não ter se desenvolvido pode ser considerado
"uma dádiva, porque, assim, foi
mantido preservado".
A região, que detém os piores índices sócio-econômicos no país,
disse Bagnoli, tem condições de
aproveitar o "potencial do semi-árido, como fazem na Patagônia, na África, nos Estados Unidos
e na Austrália".
"São áreas propícias para a prática de esportes radicais e até mesmo para a exploração do turismo
místico e ufológico", disse.
O geólogo, que também é hoteleiro e consultor de turismo de vários Estados do Nordeste, já tem
um projeto que prevê a criação de
pólos turísticos na região.
Alguns desses núcleos estariam
localizados nas áreas mais pobres
e afetadas pela estiagem e distantes, no máximo, 300 km entre um
e outro.
Os sertanejos, disse, passariam a
atuar como guias "e poderiam explorar atividades comerciais". Segundo ele, o prazo para estruturação dos pólos turísticos seria de,
no máximo, dez anos.
A prostituição supostamente incentivada pelo turismo foi classificada como um "problema social
que ocorre não apenas em Natal,
mas em várias outras cidades".
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