DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da Polícia Civil do Rio, Zaqueu Teixeira, disse ontem que "existem fortes indícios" de que André da Cruz Barbosa, o André Capeta, tenha se suicidado.
Ele baseou sua afirmação no laudo do IML (Instituto Médico Legal), que mostra que o tiro foi disparado de baixo para cima, da esquerda para a direita e com o cano da arma encostado na cabeça. "Essas condições são típicas de suicídio."
O laudo de exame residuográfico -verifica traços de pólvora nas mãos-, que pode comprovar a hipótese, deverá ser divulgado hoje.
O chefe da polícia disse achar pouco provável que André Capeta tenha sido morto por policiais ou por outros traficantes.
"Se fosse pela polícia, o tiro teria sido dado de cima para baixo ou frontalmente. O mesmo teria acontecido se ele tivesse sido vítima de traficantes."
Segundo Teixeira, um tio de André Capeta disse em depoimento que ele teria se suicidado. Na opinião do delegado, o traficante ficou abalado com a morte do comparsa Maurício de Lima Matias, o Boizinho, e não estaria aguentando a pressão do cerco policial.
O coordenador do serviço Disque-Denúncia, José Carlos Borges, contou que o telefonema que informava sobre a internação de André Capeta foi recebido às 3h40.
O autor da denúncia informou que o traficante havia acabado de dar entrada na emergência do hospital, com um tiro na cabeça. Disse ainda que o registro havia sido feito com um nome falso, João Roberto dos Santos, e que André Capeta pertencia à quadrilha do traficante Elias Maluco.
A informação foi repassada aos policiais do 16º Batalhão e da 22ª Delegacia de Polícia, que foram ao hospital. André Capeta já estava morto.


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