|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projetos contra venda de armas estão parados
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projetos que proíbem a venda de armas de fogo no país estão parados na Câmara e no Senado por falta de acordo político para votação. A proibição
-proposta pelo governo há
três anos- não tem consenso
em nenhum partido e enfrenta
forte lobby da indústria de armas e de munição.
A idéia de proibir a venda no
país foi alterada na Câmara. O
texto final aumenta as exigências para a comercialização, e o
porte (autorização para que as
pessoas usem arma) fica restrito a policiais, membros das
Forças Armadas e outras autoridades, esportistas e moradores de áreas ermas.
O projeto já foi aprovado nas
comissões de Defesa Nacional e
Relações Exteriores e de Constituição e Justiça (CCJ). Aguarda para ser incluído na pauta
de votações da Câmara.
Com a desfiguração do projeto na Câmara, o então líder do
governo no Senado, José Roberto Arruda (PFL-DF), apresentou outra proposta proibindo a venda de armas no país.
O relator na CCJ, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
manteve a proibição, mas o relator na Comissão de Relações
Exteriores, ex-senador Pedro
Piva (PSDB-SP), apresentou
texto semelhante ao da Câmara. O projeto está nessa comissão, mas o relator foi substituído por Romeu Tuma (PFL-SP).
A idéia de proibir a venda de
armas foi do presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de uma viagem ao Reino
Unido, onde a proibição existe.
Cinco indústrias de armamentos do país -Taurus, Rossi, Imbel, CBC e Boito- pressionam o Congresso a não
aprovar a proibição da venda
de armas no Brasil, estimada
em R$ 350 milhões ao ano. Elas
convenceram até deputados do
PT, favorável à medida.
Segundo o setor, essa decisão
provocaria desemprego, especialmente no Rio Grande do
Sul, onde se concentram as
principais empresas. As indústrias dizem que não há relação
entre o número de armas legais
e os índices de criminalidade.
A Taurus distribuiu em 2000
palm tops (microcomputadores de mão) a deputados e senadores em comemoração aos
80 anos da empresa.
Texto Anterior: Violência: Decretada prisão de suspeito de matar garota em briga de trânsito Próximo Texto: Segurança: PF prende policial que liderava quadrilha de 12 assaltantes em SP Índice
|