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PARÁ
Damiana Oliveira foi presa sob acusação de tentar deixar o país com uma criança de quatro meses com registro falsificado
Cabeleireira é suspeita de tráfico de bebê
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Polícia Federal prendeu em
flagrante ontem, em Belém (PA),
a cabeleireira Damiana Costa de
Oliveira, 44, acusada de tentar
deixar o país ilegalmente com um
bebê de quatro meses, com registro de nascimento falsificado. O
destino da cabeleireira era Caiena,
capital da Guiana Francesa.
A PF vai investigar se Damiana
integra uma rede internacional de
tráfico de crianças com conexão
com países da Europa. A suspeita
é de que ela poderia vender o bebê
para casais na França. Ela nega.
A cabeleireira foi presa quando
tentava tirar a documentação do
bebê na própria sede da Polícia
Federal como se a criança fosse
sua filha biológica.
Um inquérito policial foi aberto
para apurar o caso. A PF tentará
localizar a mãe biológica da criança para verificar se houve pagamento pela entrega do bebê.
É a segunda vez em um ano que
a Polícia Federal intercepta no Pará um caso suspeito de saída ilegal
de criança para o exterior. Há cerca de 11 meses, um casal italiano
foi detido com um bebê brasileiro
de oito meses quando tentava deixar o país rumo à Itália.
Na ocasião, a criança havia sido
registrada ilegalmente pelo casal
italiano no município de Icoaraci,
próximo a Belém.
O delegado Maurício Gil Castelo Branco não descartou a possibilidade de existir uma rede desse
tipo de crime, mas afirmou que a
prisão de ontem também pode ser
apenas um caso isolado.
Os agentes federais desconfiaram de Damiana quando ela requisitou a documentação do bebê
para deixar o país. Ela foi submetida a um interrogatório e, em seguida, confessou que a criança
não era sua filha biológica.
A cabeleireira já havia feito um
registro falso da criança, como se
fosse sua verdadeira mãe, em um
cartório do município de Santa
Maria do Pará, interior do Estado.
"Ela confessou que tinha recebido a criança havia quatro meses
de uma intermediária chamada
Lourdes, em Santa Maria do Pará", disse o delegado.
A mulher também afirmou em
depoimento à PF que pegou a
criança para cuidar, pois tenta há
quatro anos ficar grávida por
meio de inseminações artificiais
feitas em Paris.
Para a polícia, ela caiu em contradição quando afirmou já ser
mãe de quatro filhos.
A cabeleireira tinha passaporte
brasileiro e disse viver com um
peruano na capital da Guiana
Francesa. "Ela declarou também
ter pego a criança para ajudar a
verdadeira mãe, que não tinha
condições para cuidar do bebê",
disse o delegado.
O bebê ficará no Espaço Provisório de Acolhimento Infantil, em
Belém, até decisão judicial.
A mulher responderá a crime
previsto no ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente) pela
tentativa de retirar criança do país
sem obedecer às normas legais. A
pena para esse tipo de crime é de
quatro a seis anos de reclusão.
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