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SEGURANÇA
Segundo promotor, militares facilitaram a entrada de traficantes, em maio, em depósito da Aeronáutica no Rio
Investigação liga soldados a roubo de fuzis
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Investigações do Ministério Público Militar concluíram que houve participação de dois soldados
da Aeronáutica no roubo de 22
fuzis HK-33 ocorrido na madrugada de 3 de maio no Depósito de
Aeronáutica, na avenida Brasil
(Bonsucesso, zona norte do Rio).
As armas foram roubadas por
traficantes de drogas do morro do
Dendê (Ilha do Governador, zona
norte), segundo a Polícia Federal.
Duas delas já foram recuperadas.
Segundo o promotor Aílton José da Silva, os militares, cujos nomes são mantidos em sigilo, receberam dinheiro dos traficantes
para facilitar a ação. A quantia
não foi revelada.
De acordo com o promotor, os
soldados estão soltos, trabalhando em outras unidades e deverão
ser indiciados e presos ao final do
inquérito, ainda em andamento.
Na época da invasão, eles disseram ter sido rendidos.
Os acusados ainda estariam
sendo monitorados pelos encarregados da investigação que tentam obter informações que levem
à localização do resto das armas
ou do envolvimento de outros
militares, informou o promotor.
Silva afirmou que um dos soldados trabalhava no portão principal do quartel e que o outro era
responsável pela segurança da sala onde estavam as armas.
Parte dos fuzis roubados estava
sendo usada por uma quadrilha
que praticava assaltos a carros-forte no Nordeste. Na semana
passada, policiais federais prenderam dez suspeitos em Recife,
seis deles do Rio.
Dois admitiram ser traficantes
do morro do Dendê, segundo o
delegado Lorenzo Pompilho da
Hora, da Delepren (Delegacia de
Repressão a Entorpecentes) da
Superintendência da PF, no Rio.
Com o grupo, foram recuperados
dois fuzis da Aeronáutica. A corporação confirmou que eram do
Depósito de Aeronáutica. Sobre o
envolvimento dos militares, informou que só se manifestará
após a conclusão da investigação.
Além dos fuzis, os invasores levaram, na época, uma pistola,
quatro carregadores, munição e
uma Kombi, já recuperada.
A Drae (Delegacia de Repressão
a Armas e Explosivos da Polícia
Civil do Rio) tem informações de
que, para invadir o quartel, os traficantes do Dendê contaram com
a ajuda de dois ex-militares que
serviram no depósito e que estão
sendo procurados. Um deles morava no Dendê e o outro no morro
do Timbau, no complexo da Maré
(zona norte) -ambos controladas pela facção criminosa TCP
(Terceiro Comando Puro).
A Drae acredita que haja mais
20 fuzis espalhados por favelas
dominadas pelo TCP.
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