São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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Francês é preso acusado de atuar como médico do tráfico na Rocinha

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu ontem um francês acusado de fazer atendimento médico, na Rocinha (zona sul), de "soldados" do tráfico feridos.
Alain Berthier, 40, foi detido em casa. A PM buscava no endereço Eugenio Santos Costa, o Lion, e Erismar Rodrigues, o Bem-Te-Vi, supostos chefes da venda de drogas na parte baixa do morro.
Ao ver a polícia, por volta das 9h, Berthier fugiu, mas acabou sendo convencido pela mulher, uma brasileira, a se entregar. Ele tinha identidade falsa da ONG Médicos Sem Fronteiras e o cartão de uma clínica onde atenderia, também na Rocinha.
Berthier poderá ser indiciado por contribuição com o tráfico de drogas e falsidade ideológica.
A polícia investiga a autenticidade do cartão e do diploma médico. A identidade profissional apresentada por ele em sua carteira da clínica continha o número 16041964, que coincide com a data de nascimento do francês -16 de abril de 1964. O número está fora do padrão do Conselho de Medicina fluminense (o código 52, do Estado, e outros seis números) e não bate com o dado do registro falso da ONG (0194690).
O passaporte tinha, segundo a polícia, uma adulteração na data-limite de permanência no Brasil, em que número do mês (4, abril) tinha sido mudado para 9.
De acordo com a PM, Berthier admitiu que recebia pelo atendimento R$ 2.000 por mês de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, morto há quatro meses durante a invasão da Rocinha por rivais. Desde então, Lion, apontado como um dos sucessores de Lulu ao lado de Bem-Te-Vi, estaria pagando só o aluguel da casa.
Em outro local da favela, foram apreendidos dentro de bolsas, enterradas no quintal de outra casa, um fuzil, um lança-granadas e cerca de mil munições.


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