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Técnico foi ameaçado de morte
KLEBER TOMAZ
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cabeça baixa, olhos vendados, o auxiliar técnico
da Rede Globo Alexandre
Coelho Calado ficou todo
o tempo sob o poder dos
seqüestradores em uma
garagem escura, segundo
relatou à polícia. No cativeiro, ouvia os seqüestradores se tratarem por codinomes como Tio e Jão,
enquanto, ao fundo, um
rádio tocava funk.
Calado, 27, ficou entre
as 7h50 e as 22h30 de anteontem seqüestrado. Saiu
com a condição de entregar à Globo uma carta e
um CD para que o repórter
Guilherme Portanova, 30,
capturado com ele, não
fosse morto. "A vida do teu
colega está na tua mão",
escutou dos seqüestradores, segundo a Globo. Ouviu mais: caso o vídeo não
fosse exibido, Calado e a
família morreriam.
A emissora interrompeu a programação e exibiu o vídeo à 0h28. Nele,
um homem, com a sigla do
PCC ao fundo, lia um manifesto com críticas ao sistema penitenciário.
O assistente técnico foi
deixado na ponte do Morumbi, a cerca de 300 metros da sede da Globo, na
avenida Luís Carlos Berrini (zona sul de São Paulo).
Estava no porta-malas de
um carro pequeno, não-identificado, disse a polícia. Em seguida, saiu do
carro e andou até a portaria da emissora.
Aos familiares e à polícia, Alexandre Calado disse ter ficado "apavorado"
durante o seqüestro. Estava em choque ao ser encontrado. Ele foi levado
para um hotel, pela Globo,
em local não divulgado.
Ontem, a mãe dele, Terezinha, foi acompanhá-lo.
"Ele está muito abalado", disse a irmã, a operadora de telemarketing
Jéssica Coelho Calado, 25.
Calado é o mais velho de
três irmãos. Namora há
cerca de cinco anos com
Ester. Vive com a mãe, as
duas irmãs, o cunhado e
uma sobrinha num sobrado simples, ainda em construção, na periferia.
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