São Paulo, domingo, 14 de setembro de 1997.



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Aquecimento da Terra e urbanização acelerada fazem com que outono e primavera fiquem mais indefinidos

Anomalias enlouqueceram o clima de SP

da Reportagem Local

Anomalias globais, como o El Niño e o aquecimento da Terra, somadas aos efeitos locais de uma urbanização desenfreada, enlouqueceram, no últimos anos, ainda mais o já pouco definido clima da cidade de São Paulo.
Por estar numa zona de transição entre o clima tropical e o temperado, dizem os meteorologistas, São Paulo sempre teve apenas duas estações bem nítidas -verões normalmente quentes e chuvosos e invernos frios e secos.
"O outono e a primavera nunca foram muito definidos em São Paulo ", disse Tércio Ambrizzi, meteorologista do IAG (Instituto Astronômico e Geofísico) da USP (Universidade de São Paulo). "No Brasil, apenas na região Sul as diferenças entre as quatro estações são bem nítidas."
Os três fatores citados acima -excesso de concreto na cidade, El Niño e aquecimento global- vêm elevando a temperatura média na capital paulista ao longo das últimas décadas.
Os verões parecem mais longos, os invernos mostram-se, muitas vezes, menos rigorosos e os outonos e as primaveras ficam ainda menos pronunciados.
"A impressão de que os verões estão maiores é, até certo ponto, verdadeira", disse o meteorologista Fábio Luiz Teixeira Gonçalves, também do IAG.
Segundo Gonçalves, março e abril -esse último mês já totalmente fora do verão- estão hoje mais quentes do que nos anos 30.
No papel, as estações do ano nunca desaparecerão, pois são ditadas por cálculos astronômicos, feitos em função da posição do Sol em relação à Terra.
Na prática, como a chegada precoce da primavera indica, as estações já estão se embaralhando em alguns pontos do globo. (MP)





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