São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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Cadeia de Peruíbe está superlotada

DA ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL SUL

Uma tentativa fracassada de resgate de presos na cadeia pública de Peruíbe (SP) no domingo expõe o drama vivido por presos e policiais.
A delegacia só não foi invadida, segundo o delegado José Augusto Veloso Sampaio, porque a tentativa foi flagrada antes, ainda na rua, pelas câmeras do circuito interno de TV, instalado com recursos privados do próprio delegado e da comunidade.
Revoltados com o fracasso e a prisão dos invasores, os presos tentaram fugir serrando a grade. Foram contidos e revistados.
A cadeia está superlotada. Tem vaga para apenas 24 presos, mas abriga 104. "No verão, cada cela vira um forno de microondas. É impossível realizar qualquer trabalho com a cadeia desse jeito. Tivemos que suspender o curso de alfabetização", diz Sampaio.
A superlotação também impede que os presos sejam liberados todos ao mesmo tempo para o pátio. Cada cela ou "barraco" (na linguagem dos presos) de 4 m por 4 m abriga uma média de 25 homens, que se revezam para dormir por falta de espaço.
Dezenas deles já deveriam ter ido a júri ou ter sido transferidos para presídios. É o caso de Luciano da Silva, condenado por furto a três anos e quatro meses em regime semi-aberto, mas que está há mais de um ano na cadeia de Peruíbe.
Eduardo de Souza Aloca, também condenado por furto, diz que já tem direito a condicional, mas que está "mofando" ali há um ano e sete meses. (MF)



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