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Cadeia de Peruíbe está superlotada
DA ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL SUL
Uma tentativa fracassada de
resgate de presos na cadeia pública de Peruíbe (SP) no domingo
expõe o drama vivido por presos e
policiais.
A delegacia só não foi invadida,
segundo o delegado José Augusto
Veloso Sampaio, porque a tentativa foi flagrada antes, ainda na rua,
pelas câmeras do circuito interno
de TV, instalado com recursos
privados do próprio delegado e
da comunidade.
Revoltados com o fracasso e a
prisão dos invasores, os presos
tentaram fugir serrando a grade.
Foram contidos e revistados.
A cadeia está superlotada. Tem
vaga para apenas 24 presos, mas
abriga 104. "No verão, cada cela
vira um forno de microondas. É
impossível realizar qualquer trabalho com a cadeia desse jeito. Tivemos que suspender o curso de
alfabetização", diz Sampaio.
A superlotação também impede
que os presos sejam liberados todos ao mesmo tempo para o pátio. Cada cela ou "barraco" (na
linguagem dos presos) de 4 m por
4 m abriga uma média de 25 homens, que se revezam para dormir por falta de espaço.
Dezenas deles já deveriam ter
ido a júri ou ter sido transferidos
para presídios. É o caso de Luciano da Silva, condenado por furto
a três anos e quatro meses em regime semi-aberto, mas que está
há mais de um ano na cadeia de
Peruíbe.
Eduardo de Souza Aloca, também condenado por furto, diz que
já tem direito a condicional, mas
que está "mofando" ali há um ano
e sete meses.
(MF)
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