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ENGENHARIA DO CRIME
Seis pessoas permaneceram três meses no imóvel onde quadrilha cavou buraco para assalto de R$ 4,7 mi
"Família" alugou casa usada para abrir túnel
DO "AGORA"
Desde 1º de julho, duas mulheres, dois homens e duas crianças
habitaram a casa da rua Maria
Carlota onde foi encontrado o início do túnel de 110 metros que levou ladrões à tesouraria do prédio
da Transbank, na Penha (zona
leste). De lá, uma quadrilha roubou R$ 4,7 milhões na noite de segunda-feira. Durante a ação, 76
funcionários foram feitos reféns.
A data da locação da casa foi
fornecida à polícia ontem pela
imobiliária. O imóvel foi alugado
por R$ 350 por mês, até janeiro,
por uma mulher de cerca de 50
anos, 1,70 metro de altura e cabelos castanho-claros, que usou documentos falsos com o nome de
Maria de Jesus da Silva.
Segundo o delegado Antonio
Carlos Barbosa, a Eletropaulo
usou uma foto da mulher para fazer o cadastro da casa. A fotografia deve chegar hoje à polícia.
O delegado também disse que a
mulher reconheceu firma para o
contrato de locação no 3º tabelião
de São Bernardo (ABC) e forneceu um endereço falso da mesma
cidade, o que pode indicar que ela
seja de lá. O contrato de aluguel
contou ainda com um casal de fiadores, moradores da Cidade Dutra (zona sul de São Paulo).
Além da mulher que fez a locação, a vizinhança viu na casa outra mulher, parda, de cabelos lisos
longos e cerca de 26 anos; dois homens pardos com corte de cabelo
estilo "militar", sendo um aparentando 44 anos e, o outro, de idade
aparente não fornecida; e, por
fim, um casal de crianças pardas,
de seis e quatro anos.
De acordo com vizinhos, todos
os dias a "família" ligava o rádio a
partir das 18h em volume alto,
provavelmente para encobrir o
barulho da escavação. A polícia
ainda não sabe como o bando se
livrou da terra tirada do buraco. O
delegado Fábio Augusto Pinto supõe que a quadrilha se livrava da
terra durante a madrugada.
Pessoas da vizinhança e da imobiliária irão ao arquivo fotográfico da Polícia Civil na tentativa de
reconhecer a foto de algum dos
moradores da casa. Caso nenhuma foto seja reconhecida, a polícia
tentará fazer retratos falados com
base nas descrições.
Ontem, policiais percorreram
pontos de comércio do bairro que
forneceram notas fiscais encontradas na residência. Lá também
havia vários antiinflamatórios, o
que pode indicar que alguma das
pessoas estava doente.
Segundo o delegado Pinto, ao
deixar o local, o bando ligou o registro de água para inundar o túnel e tentar dificultar o trabalho
policial. Ontem, a água foi retirada do buraco. Lá, foram encontradas uma bomba de ar, uma broca
de 80 cm e duas luminárias.
(Marco de Castro)
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