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Lígia, 9, abre mão de bolacha com recheio
DA REPORTAGEM LOCAL
Lígia Cattacini Blois tem
apenas 9 anos, mas já sabe
que a gordura trans faz mal à
saúde. Quando sua mãe, Maria Tereza Cattacini, 46, professora, disse à reportagem
da Folha em um supermercado que não sabia o que era
esse tipo de gordura, Lígia a
interpelou: "Mamãe, foi por
isso que eu não quis a bolacha com recheio".
Foi uma coleguinha da escola quem disse a ela que os
biscoitos recheados fazem
mal, por possuírem gordura
trans. "Mas eu não sei direito
o que é", completou Lígia.
Sua mãe olha nos rótulos
dos produtos apenas as indicações de carboidratos e colesterol, pois o marido é hipertenso e ela, hipoglicêmica. "Mas agora vou sempre
olhar a quantidade de gordura trans", afirma.
Já Kléber Monteiro, 23,
estudante, diz que a única
coisa que procura nos produtos é o preço. "Não sei o
que é gordura trans. Nem me
preocupo em procurar nada
no rótulo", diz ele.
Celso Morinaga, 40, vendedor, também não se preocupa com o que os alimentos
contêm. "Tenho uma alimentação saudável, como
bastante verdura, é difícil
consumir alimentos industrializados, por isso nem
olho as tabelas nutricionais."
Mas há quem se preocupe
com rótulos. Luciane Machado, 31 e seu marido, Rodrigo Oliveira, 31, analistas
de sistemas, procuram sempre comprar alimentos livres
de gorduras trans. "Nós sempre buscamos os alimentos
com a menor quantidade
possível de gordura saturada
e trans", diz Luciane. "Acho
que as informações devem
estar disponíveis nos rótulos", acrescentou Rodrigo.
Os dois afirmam preocupar-se com a alimentação, mas
não sabem detalhes sobre os
malefícios da gordura trans.
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