São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2001 |
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INFÂNCIA Bolsa é paga quando filhos trocam trabalho por estudo Crianças mutiladas no Pará serão cadastradas em programa federal
ULISSES CAMPBELL FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM A Prefeitura de Paragominas (PA) vai cadastrar as 20 crianças que foram mutiladas em serrarias para inscrevê-las no Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), do governo federal. A bolsa paga mensalmente R$ 25 aos pais das crianças que trocam trabalho por estudo. Dependendo do número de filhos, cada família pode receber até R$ 50. Reportagem publicada pela Folha na última segunda-feira apontou o problema da falta de segurança e do trabalho infantil no município. As crianças sofrem mutilações ao cair dentro dos fornos que servem para queimar os restos de madeira. O deputado federal Orlando Fantazinni (PT-SP), coordenador da subcomissão da Criança e do Adolescente da Câmara dos Deputados, informou ontem que fará uma visita às crianças mutiladas nos dias 26, 27 e 28. Anteontem, o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, disse que vai enviar um ofício ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Pará denunciando oficialmente o caso das crianças mutiladas. A ONG (organização não-governamental) Instituto Pró Queimados anunciou que ajudará na recuperação das crianças. A presidente da ONG, Mira Salchi, contatou o médico Luiz Fausto da Silva, que trabalha no município, para estudar a possibilidade de as crianças serem submetidas a cirurgias reparadoras. O presidente do Sindicato das Madeireiras de Paragominas, Justiniano Netto, que também é secretário da Saúde, disse que não há mais crianças trabalhando em carvoarias no município. "As que estão mutiladas se acidentaram no passado." Segundo o Conselho Tutelar de Paragominas, a maioria das crianças que estão mutiladas não trabalhava quando se acidentou. Elas estariam brincando próximo dos fornos, já que os pais moram dentro da área onde funcionam as serrarias. O prefeito Sidney Rosa (PSDB) disse que o município está oferecendo lotes para os empregados que estejam dispostos a deixar a área interna das serrarias. A prefeitura estima que 4.000 famílias ainda morem nas serrarias. Texto Anterior: Ambiente: Dono de aterro deposita lixo tóxico fora de locais aprovados pela Cetesb Próximo Texto: Caso Shell: Peritos ajudarão em sindicância que apura irregularidades em exames Índice |
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