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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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Até vestibular está ameaçado

DA AGÊNCIA FOLHA

Sem repasse de verba, com orçamentos congelados e dívidas acumuladas, muitas das 53 instituições federais de ensino superior (Ifes) estão suspendendo o pagamento das contas de água, luz e telefone e renegociando débitos com credores e prestadores de serviços. Mas a crise já ameaça até a realização de um vestibular.
Mesmo contando com possíveis recursos de emendas parlamentares, deverá chegar a R$ 9 milhões, até o fim do ano, a dívida da UFC (Universidade Federal do Ceará) com água, energia, telefone, fotocópias, limpeza e segurança.
Há oito anos o orçamento de custeio da UFC está congelado em R$ 14,4 milhões ao ano, diz o reitor René Barreira. Para cortar gastos, foram bloqueadas as ligações para telefones celulares e recuperados poços para o abastecimento de água. Está em estudo a utilização de energia alternativa.
Reitor da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Paulo Speller disse precisar da abertura de orçamento de R$ 4,3 milhões para fazer o vestibular no fim do mês. A verba foi captada por convênios, mas depende de autorização federal para ser usada. A UFMT espera a liberação de mais R$ 3,7 milhões do Orçamento.
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) não paga suas contas de água e luz desde agosto. A dívida alcança R$ 2,7 milhões. Os serviços só não foram cortados porque houve acordo com o governo do Estado, que administra as companhias energética (Cemig) e de água (Copasa).
Segundo a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, faltam ser liberados R$ 7 milhões do Orçamento para a UFMG, cujo déficit no ano é de R$ 5 milhões. Se não quitar dívidas até dezembro, fará cortes na concessão de bolsas e no pessoal terceirizado.
A UFRGS, no Rio Grande do Sul, negociou em setembro melhorias no pagamento da dívida com a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), de R$ 3 milhões. Há um ano sem pagar as contas de eletricidade, a dívida da UFRN, no Rio Grande do Norte, já chega a R$ 3,8 milhões.


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