|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prédios da UFRJ podem desabar
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
Ontem, por causa da chuva, cerca de 60 funcionários e pacientes
evacuaram o Núcleo de Saúde
Coletiva da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro) como
medida "de precaução" -o prédio corre risco de desabamento.
A UFRJ, que obteve A em 40 dos
46 cursos de graduação no último
provão, chegará ao final de 2003
com dívida de R$ 41,2 milhões. Há
outros problemas, como falta de
papel higiênico e bibliotecas fechadas por causa de mofo.
Joel Teodósio, sub-reitor de Finanças e Patrimônio, diz que o
déficit acumulado será de R$ 52,2
milhões se a União não autorizar
o uso de R$ 11 milhões, de quatro
emendas aprovadas pelo Congresso em 2002. Mais da metade
da dívida de R$ 41,2 milhões, iniciada em 2002, é de luz.
Segundo o orçamento liberado
pela União, 93% dos recursos da
UFRJ se destinam a pagar professores e funcionários. Mesmo assim, diz Teodósio, enquanto o número de alunos sobe, o de professores cai. "Há 20 anos, tínhamos
3.600 professores. Hoje são 3.000.
Nesse período, o número de alunos aumentou cerca de 20%."
O déficit de professores e a crise
financeira atingem, sobretudo, as
áreas de ciências humanas e sociais. A biblioteca do Instituto de
Filosofia e Ciências Sociais, um
prédio tombado no centro, está
fechada desde setembro de 2002
porque, quando chove, o local
inunda. Os fungos deterioram
parte dos 54 mil livros do acervo.
Apesar de o sub-reitor dizer que
as áreas tecnológicas e biomédicas estão melhores pois vendem
projetos e têm convênios, o hospital universitário tem falhas graves de infra-estrutura. Seus dois
blocos, o Núcleo de Saúde Coletiva e as faculdades de Medicina e
Odontologia (ilha do Fundão, zona norte) estão parcialmente fechados por risco de desabamento.
Segundo Teodósio, a UFRJ precisaria de R$ 216,3 milhões para
"obras inadiáveis". Neste ano, o
orçamento prevê R$ 41 milhões
para manutenção e investimento.
Em 2004, ele prevê R$ 52 milhões.
O Rio tem quatro universidades
federais. A Uni-Rio e a UFF (Universidade Federal Fluminense),
embora endividadas, não revelaram o valor dos débitos. A Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro é a única sem dívidas no
Estado. "Somos quase exceção no
Brasil. Não temos prédios caindo
e nada está estragado", disse o reitor José Antônio de Souza Veiga.
Texto Anterior: Até vestibular está ameaçado Próximo Texto: Barbara Gancia: Verba para publicidade nunca falta Índice
|