São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

48% dos paulistanos avaliam pedágio urbano como negativo, mostra pesquisa

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O pedágio urbano é avaliado de forma negativa por 43% dos brasileiros e 48% dos paulistanos, conforme pesquisa inédita realizada no mês passado.
Em São Paulo, as opiniões são consideradas positivas por 27% da população (para 2%, é excelente; para 25%, bom), contra 25% que acham a medida péssima, 23% ruim e 25% nem boa nem ruim.
O levantamento do instituto Synovate Brasil foi encomendado pela Abramcet (associação que reúne, entre outras, empresas de radar).
O pedágio urbano é um tipo de restrição veicular adotado em áreas centrais de cidades como Londres. Costuma abranger sistemas eletrônicos de cobrança, por meio de chips ou câmeras, e não cabines.
A discussão sobre a sua possível adoção no Brasil foi reforçada nos últimos meses por conta de algumas medidas governamentais. O governo federal preparou projeto para dar respaldo legal aos municípios que tiverem essa intenção. Uma parceria do Ministério das Cidades com a Prefeitura de São Paulo prevê a implantação de chip em toda a frota paulistana. O objetivo oficial é criar uma forma de fiscalização, mas a tecnologia facilita a adoção de um pedágio urbano eletrônico no futuro.
Além disso, prefeitura e Estado finalizam estudos para a concessão da marginal Tietê à iniciativa privada, com a construção de uma pista pedagiada.

Desconhecimento
A pesquisa da Synovate foi feita entre 3 e 22 de outubro em oito capitais e no interior de São Paulo. Abrangeu 1.500 entrevistas e tem margem de erro de 2,58 pontos percentuais.
Ela também mostra que há alto índice de desconhecimento da população sobre o tema. Só 37% dos paulistanos, entre motoristas e pedestres, já conhecem ou ouviram falar em pedágio urbano.
O levantamento aponta ainda que 43% dizem não ver nenhum benefício nessa medida. Para 28%, um fator positivo seria a redução do fluxo veicular.
Entre os prejuízos citados, a elevação das despesas dos motoristas é que lidera, com 58%.
Silvio Medice, da Abramcet, diz que, embora a idéia seja hoje mal recebida, essa avaliação tende a mudar quando houver esclarecimentos mais detalhados. Para ele, neste momento, ter mais de um quarto dos paulistanos favoráveis ao pedágio é "muito positivo". Ele diz ser a favor dessa restrição veicular, mas desde que os recursos sejam usados no trânsito e na melhoria do transporte público.


Texto Anterior: Após "beijaço", pizzaria do Rio promete ficar mais tolerante com gays
Próximo Texto: Governo discute hoje cobrança no Rodoanel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.