DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

A Polícia Federal prendeu ontem 34 pessoas acusadas de forjar flagrantes de crimes para prejudicar empresas de ônibus concorrentes. A maioria das prisões, 23, ocorreu na cidade de Marília (444 km de SP).
Entre os presos estão, segundo a PF, dez policiais rodoviários federais, quatro fiscais da Artesp (agência de transporte do Estado de SP), três empresários e 14 intermediários. Um acusado está foragido.
No esquema, empresas do ramo de transportes no interior de São Paulo pagariam propina para fiscais das agências reguladores e policiais rodoviários para que eles autuassem ônibus de empresas concorrentes.
Segundo as investigações, empresários corrompiam os demais suspeitos para que eles "plantassem" drogas e armas em ônibus de outras empresas para tirá-los de circulação, além de aumentar a fiscalização em relação às viações concorrentes.
Os passageiros eram sempre transferidos para os ônibus das empresas que comandavam o esquema. Além de propina, os envolvidos recebiam, segundo a PF, passagens e doações para campanhas políticas, além de participarem de festas e churrascos pagos pelas empresas que comandavam o esquema.
A PF diz que os policiais e fiscais só recebiam o pagamento pelo "serviço" após apresentarem aos intermediários do esquema cópias das multas aplicadas nas concorrentes.
A Artesp divulgou nota no início da noite de ontem informando que abriu sindicância para apurar a atuação de seus quatro fiscais presos na ação. Eles já foram afastados.


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