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Obra do Rodoanel desaba, atinge veículos e fere três pessoas na Régis Bittencourt
Acidente foi causado pela queda de três vigas de um viaduto em construção; só um dos feridos estava em situação grave
Por volta de meia-noite, as buscas por vítimas já haviam sido encerradas; relatório oficial só será divulgado após a retirada do entulho
Fernando Donasci/Folha Imagem
![](../images/c1411200901.jpg) |
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Caminhão e carros atingidos por vigas de um viaduto em construção do trecho sul do Rodoanel, em Embu, que desabaram na noite de ontem, bloqueando o tráfego na rodovia Régis Bittencourt
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A queda de três vigas de um
viaduto em construção no trecho sul do Rodoanel, em Embu,
atingiu três veículos, deixou
três pessoas feridas e bloqueou
o tráfego no sentido capital da
rodovia Régis Bittencourt por
volta das 21h de ontem.
O viaduto em obras, sobre o
km 279 da Régis, desabou sobre
um caminhão e dois carros
-um deles ficou totalmente
destruído. As vigas, que pesam
85 t e têm 40 m de extensão, caíram de uma altura de 20 m.
Até o fechamento desta edição, o tráfego no sentido São
Paulo continuava interrompido
e, segundo a Autopista Régis
Bittencourt, não havia previsão
de quando seria liberado. No
sentido Curitiba (PR), o bloqueio durou uma hora.
Só um dos feridos, conforme
a Secretaria de Estado da Saúde,
estava em situação mais grave,
com afundamento torácico,
mas a pasta não divulgou seu
nome. As vítimas foram levadas
para os hospitais Pirajussara e
Geral de Itapecerica da Serra,
ambos na Grande SP.
À meia-noite, a busca por
possíveis vítimas já havia sido
encerrada, mas só após a retirada de todo o entulho seria divulgado um relatório oficial.
O motorista do caminhão,
Reginaldo Aparecido Pereira,
40, pulou do veículo ainda em
movimento para se salvar, segundo testemunhas.
Os ocupantes de um Celta
cinza, que ficou totalmente destruído, ficaram presos nas ferragens -um deles era Carlos
Fernando Rangel, 38. O outro
veículo, um Clio vermelho, capotou.
Segundo funcionários da
Dersa, a viga que restava ameaçava cair e seria removida.
A Polícia Rodoviária Federal
orienta o motorista que trafega
rumo a São Paulo a optar pela
estrada de Itapecerica, caso o
bloqueio continue hoje.
O trecho sul do Rodoanel,
maior obra viária em curso no
país, é orçado em R$ 5 bilhões
(incluindo desapropriações) e
deve ser inaugurado em março.
É uma das principais vitrines do
governador José Serra (PSDB),
pré-candidato à Presidência.
O acidente de ontem é o segundo em grandes obras do governo de São Paulo desde 2007.
No início de 2007, o desabamento da construção da estação
Pinheiros do Metrô deixou sete
mortos.
Nos dois casos, a OAS, uma
das principais empreiteiras do
país, esteve envolvida.
A empresa baiana participa
do consórcio que constrói a linha 4 do Metrô e também divide com Mendes Junior e Carioca -esta integrante do grupo
responsável pela obra do Fura-Fila onde um viaduto desabou
no ano passado- a construção
do trecho do Rodoanel onde
houve o acidente. O valor desse
lote é de R$ 511,7 milhões.
A Folha tentou entrar em
contato com a assessoria da
OAS no início da madrugada,
mas não teve sucesso.
José Serra chegou ao local do
acidente no início da madrugada, acompanhado pelo secretário dos Transportes, Mauro Arce. O governador disse que não
houve pressa na obra e que a
construção não será paralisada.
O trecho sul compreende 61
km de obras, que ligarão o trecho oeste, a partir da Régis, ao
sistema Anchieta-Imigrantes,
acesso à Baixada Santista.
Ontem mesmo, segundo a
Folha apurou, a Secretaria da
Segurança definiu que a investigação do acidente será conduzida pela área de engenharia do
Instituto de Criminalística, que
reúne peritos especializados.
O coordenador da Defesa Civil de Embu, Paulo Brandão,
disse que uma viga que comporia a obra trincou ontem e foi levada para um local vizinho.
(PABLO SOLANO, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, ALENCAR IZIDORO, ANDRÉ CARAMANTE, CATIA SEABRA, MÁRCIO PINHO e ROGÉRIO PAGNAN)
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