São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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PASSEI POR ISSO

Aprendi a lidar com minhas limitações

Sofri um AVC isquêmico aos 28 anos, quando estava no sexto mês de gravidez. Nunca imaginei que pudesse passar por isso, especialmente por ser uma pessoa tão nova. Era uma das melhores fases da minha vida: tinha acabado de me casar, estava muito feliz e grávida da Gabriela. Graças a Deus minha filha nasceu saudável, mas o susto foi grande.
Eu sentia muita dor de cabeça, mas os médicos diziam que era normal. Em uma segunda-feira, acordei indisposta e não consegui fazer as tarefas domésticas. Tomei banho e tive o AVC enquanto eu secava o cabelo. Abaixei a cabeça e, quando me levantei, a visão tinha sumido e a minha mão direita paralisou, derrubando o secador.
A perna também não respondia. Fiquei desesperada, só pensava no bebê. Meu marido me levou ao hospital. A minha ginecologista foi chamada e eu escutei o coração do bebê. Só assim é que fiquei tranqüila.
Fiquei sete dias internada. O médico levantava o meu braço, mas ele caía. Perdi a sensibilidade em todo o lado direito do corpo e também a visão periférica nos dois olhos. No começo, precisava de ajuda até para comer.
Quando a Gabriela nasceu, foi pior. Não tinha coragem de dar banho nela porque não tinha coordenação na mão direita. Para amamentá-la, meu marido precisava segurá-la. Hoje eu me acostumei e aprendi a lidar com as minhas limitações. Não posso mais engravidar e preciso controlar os fatores de risco. É difícil, mas agradeço por não ter acontecido nada mais grave.


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