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PASSEI POR ISSO
Aprendi a lidar com minhas limitações
Sofri um AVC isquêmico aos 28 anos, quando
estava no sexto mês de
gravidez. Nunca imaginei que pudesse passar
por isso, especialmente
por ser uma pessoa tão nova.
Era uma das melhores fases da
minha vida: tinha acabado de
me casar, estava muito feliz e
grávida da Gabriela. Graças a
Deus minha filha nasceu saudável, mas o susto foi grande.
Eu sentia muita dor de cabeça, mas os médicos diziam que
era normal. Em uma segunda-feira, acordei indisposta e não
consegui fazer as tarefas domésticas. Tomei banho e tive o AVC
enquanto eu secava o cabelo.
Abaixei a cabeça e, quando me
levantei, a visão tinha sumido e
a minha mão direita paralisou,
derrubando o secador.
A perna também não respondia. Fiquei desesperada, só pensava no bebê. Meu marido me
levou ao hospital. A minha ginecologista foi chamada e eu escutei o coração do bebê. Só assim é
que fiquei tranqüila.
Fiquei sete dias internada. O
médico levantava o meu braço,
mas ele caía. Perdi a sensibilidade em todo o lado direito do corpo e também a visão periférica
nos dois olhos. No começo, precisava de ajuda até para comer.
Quando a Gabriela nasceu, foi
pior. Não tinha coragem de dar
banho nela porque não tinha
coordenação na mão direita.
Para amamentá-la, meu marido precisava segurá-la. Hoje eu
me acostumei e aprendi a lidar
com as minhas limitações. Não
posso mais engravidar e preciso
controlar os fatores de risco. É
difícil, mas agradeço por não ter
acontecido nada mais grave.
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