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Com lancha, windsurf e caiaque, represa na zona sul de São Paulo atrai 5.000 pessoas em final de semana ensolarado
No calor, Guarapiranga é oásis paulistano
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
"Parece um oásis dentro de São
Paulo." A frase ilustra a eterna
busca dos paulistanos por um lugar menos cinzento e com temperaturas mais amenas nestes dias
em que o termômetro está sempre acima de 30C. Lá, sempre uns
graus a menos do que no concreto
e no asfalto do centro. E o contabilista Diego Camacho, 25, resolveu seu problema: agora freqüenta a represa de Guarapiranga.
O reservatório da zona sul serve
de cenário para novos esportistas
que pegam carona no vento a bordo de veleiros e pranchas de
windsurf e kitesurf. Passeios de
caiaque, escuna e lancha garantem o dia de quem não leva muito
jeito com a vela.
De acordo com a Secretaria do
Meio Ambiente, freqüentam a represa, em média, 5.000 pessoas
em um final de semana de sol.
Na água, é possível ver as carinhas orgulhosas de crianças e
adultos que se aventuram e conseguem pôr para andar os seus
"possantes". Quando o vento não
ajuda, o negócio é nadar.
A paisagem agradável ofusca as
preocupações a respeito da água
poluída (leia texto nesta página).
"A represa foi uma surpresa, porque a gente escuta falar da poluição, mas achei limpa, sem problemas", diz Diego, que está fazendo
o curso básico de windsurf. Morador da zona norte, o rapaz não sabia o que fazer nos fins de semana
em que não podia surfar na praia
ou fazer caminhadas no campo.
Os iniciantes comemoram levar
poucos tombos -os novos equipamentos estão mais adaptados
para facilitar a vida de quem começa-, mas dá para sentir uma
pontinha de ""frustração" de
quem esperava cair o tempo todo.
"É uma boa opção de lazer, e velejar é terapêutico, faz bem para a
cuca", afirma o velejador há mais
de 30 anos e dono da escola Pêra
Náutica, Paulo "Pêra" Rodrigues.
Para ele, o crescimento da procura pela vela está ligado ao sucesso de atletas brasileiros. Outro fator positivo é que, após cerca de
quatro anos de seca, a represa começa seu segundo verão cheia.
Um curso de windsurf ou veleiro custa em torno de R$ 390, por
12 horas de aula, divididas em
quatro dias. O aluno aprende um
pouco sobre o equipamento e o
vento e depois vai para a água.
"Nas primeiras três horas, já dá
para brincar. Com seis horas, o
aluno faz tudo sozinho", conta o
instrutor da Pêra, Adílson Guedes
do Nascimento, que veio de Ilhabela para dar aulas na represa.
As escolas também alugam
equipamentos e servem como
marinas, de forma que, no verão,
é comum ver mulheres tomando
banhos de sol, jovens de olho nas
moças e crianças correndo atrás
de cachorros, que, por sua vez,
correm atrás das garças.
"Nos dias de sol e vento, colocamos até 70 "winds" na água. As
pessoas ficam surpresas quando
chegam aqui e vêem a beleza do
lugar", diz o proprietário da escola, marina e clube Tempo Wind
Clube, Ricardo Munhoz.
O amor pela Guarapiranga fez o
analista Almir dos Santos Pereira,
40, mudar para uma casa de onde
pudesse vê-la. Com a vista garantida, ele decidiu explorar suas
águas e levou o filho Rafael, de 13
anos, para fazer um curso de
windsurf. "Era sábado e eu estava
trabalhando, deu aquele estalo,
entrei na internet, vim de tardezinha e marquei as aulas", conta.
Além da vela, caiaques são alugados por R$ 20 a hora. Passeios
de lancha -a R$ 20, por 40 minutos- e de escuna -R$ 10, por
uma hora- também são opções.
O roteiro inclui ilhas da represa.
Em uma, é possível ver macacos.
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