São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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DOMINGO NO PARQUE

Prefeitura, que extinguiu atividade na avenida Paulista, quer estimular uso de espaços na periferia

Reformas levam áreas de lazer a 20 praças

LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Vinte praças e um parque da cidade de São Paulo serão reformados para receber programações de lazer aos domingos. A exemplo do que acontecia na avenida Paulista, o projeto Praça Viva pretende levar atividades de cultura e entretenimento para áreas localizadas em bairros das zonas sul, norte, leste e oeste da capital.
"Em vez de fazer apenas atividades elitistas e só nas regiões centrais, queremos dar opções de lazer e diversão para outras comunidades", afirma o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho. Segundo ele, as atividades começarão em março e devem atrair, inicialmente, cerca de mil pessoas em cada local.
Para poder receber os visitantes, as áreas serão revitalizadas e ganharão novos equipamentos. Seis delas (localizadas no Butantã, no Ipiranga, no Itaim Paulista, na Cidade Ademar e na Vila Brasilândia) já estão em obras e devem ficar prontas entre o fim deste mês e o início de fevereiro. Outras 11 subprefeituras concluíram o processo de licitação em dezembro.

O projeto
Serão investidos R$ 2,3 milhões nas reformas, dinheiro liberado pela Secretaria das Subprefeituras. Os critérios de escolha dos locais foram necessidade de reforma, área suficiente que abrigasse um espaço de 10 m x 5 m para eventos e demanda no entorno. A cidade conta com 371 praças com mais de 6.000 m2.
"Na periferia, as subprefeituras usam o dinheiro que têm para a área de infra-estrutura, não sobra muito para as praças. Já no centro expandido, que já tem uma estrutura mais consolidada, a verba dá para manter as praças", afirmou Regina Monteiro, diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), órgão que fez os projetos de reforma.
As atividades de lazer serão monitoradas por universitários dos cursos de turismo e educação física, que vão ser contratados como estagiários, mediante uma parceria entre a prefeitura e as universidades. Cada monitor receberá R$ 5,89 por hora de trabalho.
Também serão contratados agentes comunitários locais, que coordenarão as atividades e irão, junto com os moradores, sugerir novas atividades para as praças.
A programação contará com ginástica, aulas de pintura, leitura, recreação, declamação de poesias e shows musicais, entre outros. Ainda não há horário definido para as atrações.
Os agentes comunitários também poderão propor a diversificação de ações nas praças, como promoção de feiras temáticas e apresentações de artistas.
Se o Praça Viva por aprovado pela população, deve ser implantado em todas as 31 subprefeituras da cidade.

Equipamentos
Os novos projetos de praças feitos pela Emurb atendem à demanda de público de cada área. A maioria dos locais contará com playground, mesas e bancos onde os adultos possam conversar e jogar dominó ou baralho, pista de cooper, quadra poliesportiva e campo de futebol.
Todas as áreas terão um espaço para eventos. O local será delimitado por um piso de cor vermelha. A Emurb também fez um projeto paisagístico que contempla a colocação de área gramada e árvores. Os brinquedos infantis devem ser feitos de tronco de eucalipto. Esse tipo de material tem maior resistência e manutenção mais simples.
Para atender ao público que gosta de fazer exercícios, serão instalados equipamentos de ginástica, como barras, pranchas de abdominais e argolas.
A iniciativa de incentivar a população a fazer atividade física é elogiada por profissionais da área, mas eles alertam sobre a necessidade de as pessoas receberem orientação antes de praticar exercícios. "Há riscos de lesões graves no corpo, se a atividade não for realizada de forma adequada", afirmou João Batista Tojal, vice-presidente do Conselho Federal de Educação Física e professor aposentado da Unicamp.
Segundo o o ortopedista Ricardo Munir Nahas, da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, as pessoas devem procurar orientação de um profissional de educação física e consultar um médico antes de começar a fazer uma atividade corporal.


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