São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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Moradores disputam espaço com indigentes, mato e lixo acumulado

DA REPORTAGEM LOCAL

O campo de futebol e os poucos brinquedos quebrados são os únicos vestígios que a praça Francisco Daniel Lopes, em Itaquera (zona leste), mantém de uma área de lazer. Sem árvores, com mato alto e piso desnivelado, o local serve de depósito de lixo e abrigo de moradores de rua -que dormem dentro de alguns brinquedos.
A praça, que deve ser reformada ainda neste mês, é a única opção de lazer para uma população de cerca de 15 mil pessoas do entorno. "As crianças daqui não têm onde brincar e não podem ficar soltas na favela porque a polícia está sempre entrando lá", afirmou a dona-de-casa Maria Gorete Olanda, 43, que vive num quarto com cinco filhos.
Muitas vezes, as crianças acabam se machucando na praça. "A gente fica correndo e fura o pé nos cacos de vidro", disse uma das filhas de Gorete, Gabrieli, 6.
A Subprefeitura de Itaquera disse que o local será reformado neste mês. Segundo Teixeira, o serviço de manutenção da praça atrasou porque as equipes tiveram que ser deslocadas para trabalhar em áreas de risco. A obra, nos 14,6 mil metros quadrados de área, deve custar R$ 123 mil.

Ibirapuera de bairro
Com uma área de lazer mais estruturada, aguardando apenas melhorias, os moradores do Jardim Ademar de Barros, no Butantã (zona oeste), esperam ansiosos pela construção da pista de cooper que será criada na praça Elis Regina. Apesar de ser bastante utilizada para a prática da caminhada, a calçada do local é irregular e está deteriorada.
"Isso aqui é nosso Ibirapuera. Das 5h às 11h e das 17h às 22h, fica cheio de gente andando", disse o aposentado Israel Ferreira, 58.
Outra boa novidade para ele e um grupo de 40 amigos que gostam de jogar dominó é a instalação de mais mesas na praça. "Antes, eram três, que a gente mesmo havia posto, mas não dava para todo mundo", afirmou.
Já na Vila Brasilândia (zona norte), a praça Antônia Espinosa Picerni ficará sem pedras e terá uma área livre onde as crianças poderão jogar bola e empinar pipa. Também haverá mesas e bancos como forma de atrair os adultos para o local. "Acho que, quando ajeitarem, os pais virão com os filhos, porque vão poder ficar conversando sentados enquanto as crianças brincam", comentou a dona-de-casa Vera Figueiredo, 42, que mora em frente ao local.


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