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Comandante criticou ouvidor por ter divulgado dados sem comparar com anos anteriores
PMs mortos em serviço aumentam 86%
da Reportagem Local
O número de policiais militares
mortos em serviço aumentou
86% desde a posse do atual comandante-geral da PM, coronel
Carlos Alberto de Camargo, em
setembro do ano passado.
O aumento é verificado comparando-se os dois últimos trimestres do ano passado.
Camargo divulgou esse dado
durante entrevista em que comentou o aumento de 50% no
número de civis mortos pela PM.
Esse número faz parte do relatório trimestral da Ouvidoria da
Polícia de São Paulo, que será divulgado hoje, mas foi antecipado
ontem com exclusividade pela
Folha.
Camargo afirmou que o aumento não pode ser associado à
mudança de comando, pois ele
não tomou nenhuma atitude que
incentivasse a violência.
Camargo também destacou
que, no último trimestre de 1996,
o número de civis mortos pela
PM aumentou 200% em relação
ao trimestre anterior.
"Esse aumento no número de
mortes no final de ano independe da política do comando da
PM. No verão, há muita gente na
rua, há o 13º salário e a violência
em São Paulo cresce", declarou.
"E a PM conseguiu brecar esse
crescimento, que foi muito menor do que no ano anterior."
O comandante-geral da Polícia
Militar criticou o ouvidor da polícia, Benedito Domingos Mariano, por ter divulgado dado parciais do relatório.
"Deploro a atitude da ouvidoria em antecipar dados isolados
do relatório sem fazer comparação com o ano anterior. Isso dá
uma falsa impressão de que o
atual comando é ineficiente. Ele
só poderia ter divulgado dados
totais, que permitiriam uma avaliação mais precisa", declarou.
Ele reclamou ainda do fato de o
ouvidor ter divulgado o relatório
à imprensa antes que o comando
da PM tomasse conhecimento de
seu teor. "Eu deploro que o relatório tenha sido divulgado antes
à imprensa. Fiquei na difícil situação de não poder responder à
imprensa porque não tinha conhecimento do assunto."
Quanto ao aumento das denúncias de abuso de autoridade
envolvendo policiais militares,
Camargo associa a uma presença
mais efetiva da PM nas ruas. Para
ele, o aumento nas denúncias está ligado a uma maior exposição
da polícia.
"No meu comando, a PM aumentou em 22 mil vezes o número de abordagens. É normal aparecer mais gente que não concorda em ser abordada ou ter o carro
revistado. Daí vêm as reclamações", declarou.
(OTÁVIO CABRAL)
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