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URBANISMO
Liminar determina saída em 30 dias de lojas e escritório instalados em zonas residenciais de SP
Justiça manda desocupar 183 imóveis
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
A Justiça determinou ontem a
desocupação, em 30 dias, de 183
imóveis nos bairros de Pinheiros e
Jardins, em São Paulo, que hoje
abrigam escritórios e lojas.
Os imóveis listados estão localizados em área de uso estritamente
residencial. Todos eles já haviam
sido fechados administrativamente pela prefeitura, mas continuavam funcionando.
A liminar que determinou a desocupação foi concedida pela juíza
Maria Fernanda de Toledo Rodovalho Podval, da 9ª Vara da Fazenda Pública, contra o administrador regional de Pinheiros, Stanko
Svarcic. A decisão o obriga a
apreender mercadorias, móveis e
equipamentos e a lacrar os estabelecimentos.
Em seu despacho, a juíza diz que
"apesar de existirem leis que organizam os usos possíveis das zonas urbanas (...), o que se observa é
o total desrespeito aos direitos dos
habitantes. A todo momento áreas
residenciais são invadidas por escritórios e comércios e, ainda
quando o Executivo está ciente,
nenhuma providência é tomada".
Svarcic disse ontem que vai
cumprir a determinação judicial,
embora ainda não saiba como fazê-lo (leia texto ao lado).
Para o promotor João Lopes
Guimarães Júnior, autor do pedido de ação civil pública contra
Svarcic, a prefeitura não está cumprindo sua obrigação.
"Os camelôs, contra os quais a
prefeitura usa de tanto rigor, impedindo suas atividades, estão na
mesma situação de irregularidade
desses estabelecimentos. Mas contra esses escritórios e lojas a prefeitura só apresenta um ofício de fechamento administrativo, deixando-os funcionar", disse ele.
Segundo o promotor, a ação foi
baseada em uma representação
encaminhada pela Sajep (Sociedade dos Amigos dos Jardins Europa
e Paulistano) e só abrange os bairros da Administração Regional de
Pinheiros porque "nessa área está
o maior número de violações".
Um dos endereços listados pelo
promotor e abrangidos pela decisão é o comércio de roupas femininas NK Store, na rua Cônego Eugênio Leite.
Natalie Klein, proprietária da
empresa, disse ontem que firmou
acordo com a prefeitura em dezembro para deixar o endereço em
180 dias. "Pago IPTU de estabelecimento comercial. Isso me dá direito de usufruir como pago. Não
tenho condição nenhuma de mudar-me em menos tempo", disse
Natalie.
Paulo Roberto Nascimento, funcionário da AB Tecidos, uma das
empresas incluídas na lista, disse
ontem que não recebeu a ordem
de fechamento administrativo.
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