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PROBLEMAS
Relatório aponta atendimento falho
Hospital do RJ poderia ter evitado mortes
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
Relatório da Secretaria de Estado de Saúde do Rio considerou
"evitáveis" as mortes de três
parturientes desde o início de dezembro no Hospital Pedro 2º, em
Santa Cruz, zona oeste da capital.
A denúncia sobre as mortes foi
feita na semana passada pelo presidente do Conselho Distrital de
Saúde de Santa Cruz, Getúlio Gomes da Rocha, 35.
Na ocasião, Rocha acusou a direção do hospital de atender precariamente e de esconder a morte
de nove recém-nascidos e de cinco
parturientes. Os números não foram confirmados pela secretaria.
De acordo com o relatório, divulgado ontem pelo secretário estadual da Saúde, Gilson Cantarino, duas mortes ocorreram por
causa de sangramento pós-parto,
e a outra, em virtude de uma crise
convulsiva.
"Nos primeiros dois casos, houve problema no abastecimento de
sangue do hospital. Já no último,
houve uma indefinição de diagnóstico", disse Cantarino.
Segundo o secretário, o relatório
será encaminhado ao Ministério
Público e aos Conselhos Regionais
de Medicina e de Enfermagem.
No relatório, a secretaria obriga
a direção do hospital a reequipar o
laboratório e a unidade de transfusão de sangue até o início da
próxima semana.
De acordo com o parecer da secretaria, o hospital também perdeu a classificação de maternidade
para casos de "alto risco".
Com relação à morte de recém-nascidos, a secretaria investigou apenas três casos, e não os nove denunciados.
Para o secretário, dois recém-nascidos morreram por ser
prematuros. O outro morreu após
ser transferido para o hospital.
Segundo Cantarino, as mortes
no Pedro 2º ocorreram por causa
da transição malfeita do governo
para a área privada. Em agosto, o
Hospital Pedro 2º teve a sua gestão
terceirizada.
A Folha tentou falar com a direção do Pedro 2º, mas ninguém
atendia ao telefone no hospital.
Ontem, funcionários do estabelecimento realizaram greve durante uma hora para protestar
contra o atraso do pagamento.
Cantarino é favorável ao fim da
terceirização no setor. Sete hospitais, todos na região metropolitana do Rio, já foram privatizados.
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