NOELI MENEZES
da Agência Folha

A família da vítima do acidente em que se envolveu o cantor de pagode Alexandre Pires, 24, do grupo Só Pra Contrariar, no dia 6, em Uberlândia (MG), disse que o músico ainda não a procurou para propor uma indenização.
Segundo o advogado Jorge Luiz Pereira, contratado pelos parentes do vendedor José Alves Sobrinho, se Pires continuar em silêncio até o fim desta semana, a família do vendedor vai entrar com um processo civil indenizatório.
"Só estamos tentando um acordo amigável devido ao apoio que Pires deu à viúva de Alves Sobrinho, Rosimeire Alves", disse.
O cantor pagou as despesas com hospital e funeral do vendedor, que morreu depois de passar três dias em coma.
Marco Antônio Noronha, delegado responsável pelo caso, interrogou ontem mais duas testemunhas do acidente. O estudante Leandro Borges de Matos e o representante comercial Alceu Brandão evitaram falar sobre a possível embriaguez de Pires.
Matos disse que, apesar de ter visto o jipe Cherokee do cantor bater na traseira da motocicleta do vendedor, não chegou a ver o rosto de Pires, pois não parou no local da colisão. Brandão, que teria chegado ao local minutos depois do acidente, confirmou a versão dada, na sexta, pelo pedreiro Sebastião Bastos Pacheco. Ambos afirmaram à polícia que Pires não estaria embriagado, mas "abalado emocionalmente".
Os depoimentos do representante comercial e de Pacheco contradizem a versão que eles deram, na quinta-feira, à Agência Folha. Em entrevista gravada, disseram que o músico demonstrava ter seu "estado de lucidez alterado".
O delegado Noronha intimou o gerente da boate Coliseu, Siderlei Silva, para prestar depoimento hoje. O líder do SPC teria passado a madrugada do dia 6 na casa noturna. Outros funcionários que possam dar detalhes sobre o comportamento de Pires no local também serão convocados.



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