São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2000


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RACISMO
18 são acusados de matar adestrador
Promotor denuncia skinheads por morte

ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local

O Ministério Público denuncia criminalmente hoje, por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha, os 18 skinheads presos sob a acusação de espancar e matar o adestrador de cães Edson Neris da Silva, 35.
O delegado titular da 1ª Seccional, Jorge Carlos Carrasco, apresentou na tarde de ontem o inquérito do caso, com 300 páginas, ao promotor de Justiça Marcelo Milani. Segundo Milani, se o Tribunal do Júri acatar todas as denúncias, a pena dos acusados pode chegar a 56 anos.
Silva foi morto na madrugada do dia 6 de fevereiro. Segundo testemunhas, ele foi espancado por um grupo de skinheads na praça da República, na região central de São Paulo.
O adestrador de cães estava andando na praça de mãos dadas com o operador de telemarketing Dário Pereira Netto, 34, que conseguiu fugir.
Horas depois, um grupo de skinheads foi detido em um bar da rua 13 de Maio, na Bela Vista. Um deles, Vanderley Cardoso de Sá, 33, foi reconhecido na semana passada pelo empresário C.A.B. como sendo a pessoa que voltou ao local para chutar a vítima que já agonizava.

Julgamento
Segundo o promotor Marcelo Milani, a denúncia do Ministério Público apresentará o homicídio como triplamente qualificado porque ele foi cometido por motivo torpe (Silva e Netto estavam de mãos dadas), pela impossibilidade de defesa da vítima e pelo uso de meio cruel (espancamento até a morte).
A tentativa de homicídio será feita em razão das agressões que Netto teria recebido.
A denúncia será recebida pelo presidente do Tribunal do Júri, José Ruy Borges Pereira, que pode ou não acatar as acusações feitas pelo promotor. Se for acatada, os 18 skinheads deverão ir a julgamento.


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