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Pais de alunos da rede particular apóiam cotas
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa nacional do
Ibope mostra que 53% dos
pais de colégios particulares
aceitam que as universidades adotem cotas para alunos das escolas públicas.
Ou seja: esses pais aceitam
que seus filhos tenham menos vagas no ensino superior público para que haja
mais lugares para jovens
com condições socieconômicas piores. Na mesma
pergunta, 44% desaprovaram a reserva de vagas e 3%
não responderam à questão.
A pesquisa foi feita a pedido da Fenep (Federação Nacional da Escolas Particulares), em dezembro. Foram
distribuídos 1.001 questionários, em oito macrorregiões
do Brasil, a pais com filhos
no ensino básico privado.
"A maioria entende que as
desigualdades não contribuem em nada para o futuro
profissional de seus filhos",
diz José Antonio Teixeira,
presidente da Fenep. Quando o tema é cotas para negros e índios, a posição é diferente: só 36% apóiam, contra 61% de desaprovação.
A advogada Heide Magali
Sizieiro, 50, cujo filho estudou no colégio Bandeirantes
e hoje está na USP, diz ser a
favor da adoção de cotas para a escola pública, mas é
contra cotas raciais. "O que é
preciso são medidas estruturais para melhoria no ensino
médio público."
A bibliotecária Bárbara Júlia Menezello, 42, tem a filha
no terceiro ano do ensino
médio do colégio Assunção
e admite a implantação de
cotas: "Sou favorável para
alunos de baixa renda. Mas
sou contra as cotas para negros, índios e até para a escola pública. Não é porque a
pessoa está na rede pública
que ela é pobre."
(FT E SH)
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