São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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Pais de alunos da rede particular apóiam cotas

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa nacional do Ibope mostra que 53% dos pais de colégios particulares aceitam que as universidades adotem cotas para alunos das escolas públicas.
Ou seja: esses pais aceitam que seus filhos tenham menos vagas no ensino superior público para que haja mais lugares para jovens com condições socieconômicas piores. Na mesma pergunta, 44% desaprovaram a reserva de vagas e 3% não responderam à questão.
A pesquisa foi feita a pedido da Fenep (Federação Nacional da Escolas Particulares), em dezembro. Foram distribuídos 1.001 questionários, em oito macrorregiões do Brasil, a pais com filhos no ensino básico privado.
"A maioria entende que as desigualdades não contribuem em nada para o futuro profissional de seus filhos", diz José Antonio Teixeira, presidente da Fenep. Quando o tema é cotas para negros e índios, a posição é diferente: só 36% apóiam, contra 61% de desaprovação.
A advogada Heide Magali Sizieiro, 50, cujo filho estudou no colégio Bandeirantes e hoje está na USP, diz ser a favor da adoção de cotas para a escola pública, mas é contra cotas raciais. "O que é preciso são medidas estruturais para melhoria no ensino médio público."
A bibliotecária Bárbara Júlia Menezello, 42, tem a filha no terceiro ano do ensino médio do colégio Assunção e admite a implantação de cotas: "Sou favorável para alunos de baixa renda. Mas sou contra as cotas para negros, índios e até para a escola pública. Não é porque a pessoa está na rede pública que ela é pobre." (FT E SH)


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