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POLÍCIA
Vítima é diretora da escola de idiomas Cel-Lep; os presos eram um coordenador de curso e uma secretária da rede
Dupla é presa acusada de extorsão via e-mail
RICARDO GALLO
DA REDAÇÃO
Dois funcionários da escola de
idiomas Cel-Lep foram presos anteontem à noite acusados de tentar extorquir, por e-mail, uma diretora da rede. Foi a primeira vez,
segundo a polícia, que alguém é
detido por extorsão promovida
pela internet.
Foram presos o peruano Edwin
Elliot Tapia Becerra, 30, coordenador do curso de espanhol na
unidade Tatuapé do Cel-Lep, e
Thais de Oliveira, 21, primeiranista de jornalismo na Faculdade
Casper Líbero. Ela era secretária
da unidade Paulista da rede e, disse a polícia, amante de Becerra.
De acordo com a polícia, ela confessou o crime; ele, não.
Ambos foram acusados de exigir R$ 20 mil da diretora da unidade Paulista, sob ameaça de revelar
"segredos íntimos", contou o delegado Paulo Fortunato, da DAS
(Divisão Anti-Seqüestro). A vítima, com a ajuda da irmã, diretora
da unidade Pacaembu, decidiu
pagar R$ 1 mil e avisar a DAS. O
pagamento foi feito conforme
combinado, numa sacola de lixo
com fita vermelha, deixada numa
banca de jornal da rua Frei Caneca (centro de SP).
Thais foi detida por volta de
21h30, quando pegou a sacola. Os
policiais a acompanharam até um
estacionamento no Tatuapé (zona leste), onde Becerra a esperava.
Ele, então, foi preso.
Contato
O primeiro contato de Becerra
com a vítima, disse a polícia, ocorreu pela manhã, quando ele invadiu o e-mail da diretora da unidade Paulista. Passando-se por ela,
enviou uma mensagem à irmã.
No falso texto, ela pedia ajuda
-dizia estar sendo ameaçada.
Concluía: "Que Jésus nos ajude".
Assustada, a destinatária ligou para a irmã, que negou a autoria. As
duas decidiram responder o e-mail.
A resposta de Becerra veio ainda
no fim da manhã. Dizia que "algo
ruim" poderia ocorrer caso o pagamento não fosse feito. As irmãs,
então, procuraram a DAS.
Segundo a polícia, uma perícia
constatou que o e-mail partiu da
casa de Becerra. Outra suspeita
ocorreu por causa da palavra "Jésus", que comprovaria, segundo a
polícia, que o e-mail não partira
de um brasileiro.
A Folha ligou na casa de Becerra, que não tem advogado constituído, mas não encontrou ninguém. O pai de Thais, Gilberto
Monteiro, disse que a filha não sabia da extorsão e foi convencida
pelo namorado a retirar a sacola.
A Cel-Lep não quis comentar o
assunto.
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