São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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POLÍCIA

Vítima é diretora da escola de idiomas Cel-Lep; os presos eram um coordenador de curso e uma secretária da rede

Dupla é presa acusada de extorsão via e-mail

RICARDO GALLO
DA REDAÇÃO

Dois funcionários da escola de idiomas Cel-Lep foram presos anteontem à noite acusados de tentar extorquir, por e-mail, uma diretora da rede. Foi a primeira vez, segundo a polícia, que alguém é detido por extorsão promovida pela internet.
Foram presos o peruano Edwin Elliot Tapia Becerra, 30, coordenador do curso de espanhol na unidade Tatuapé do Cel-Lep, e Thais de Oliveira, 21, primeiranista de jornalismo na Faculdade Casper Líbero. Ela era secretária da unidade Paulista da rede e, disse a polícia, amante de Becerra. De acordo com a polícia, ela confessou o crime; ele, não.
Ambos foram acusados de exigir R$ 20 mil da diretora da unidade Paulista, sob ameaça de revelar "segredos íntimos", contou o delegado Paulo Fortunato, da DAS (Divisão Anti-Seqüestro). A vítima, com a ajuda da irmã, diretora da unidade Pacaembu, decidiu pagar R$ 1 mil e avisar a DAS. O pagamento foi feito conforme combinado, numa sacola de lixo com fita vermelha, deixada numa banca de jornal da rua Frei Caneca (centro de SP).
Thais foi detida por volta de 21h30, quando pegou a sacola. Os policiais a acompanharam até um estacionamento no Tatuapé (zona leste), onde Becerra a esperava. Ele, então, foi preso.

Contato
O primeiro contato de Becerra com a vítima, disse a polícia, ocorreu pela manhã, quando ele invadiu o e-mail da diretora da unidade Paulista. Passando-se por ela, enviou uma mensagem à irmã.
No falso texto, ela pedia ajuda -dizia estar sendo ameaçada. Concluía: "Que Jésus nos ajude". Assustada, a destinatária ligou para a irmã, que negou a autoria. As duas decidiram responder o e-mail.
A resposta de Becerra veio ainda no fim da manhã. Dizia que "algo ruim" poderia ocorrer caso o pagamento não fosse feito. As irmãs, então, procuraram a DAS.
Segundo a polícia, uma perícia constatou que o e-mail partiu da casa de Becerra. Outra suspeita ocorreu por causa da palavra "Jésus", que comprovaria, segundo a polícia, que o e-mail não partira de um brasileiro.
A Folha ligou na casa de Becerra, que não tem advogado constituído, mas não encontrou ninguém. O pai de Thais, Gilberto Monteiro, disse que a filha não sabia da extorsão e foi convencida pelo namorado a retirar a sacola. A Cel-Lep não quis comentar o assunto.


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