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TRANSPORTE
Segundo pesquisa, explicação está na elevação da tarifa e na superlotação, que secretário afirma estar sendo combatida
Aprovação aos ônibus cai na gestão Serra
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A aprovação ao serviço dos ônibus municipais de São Paulo caiu
de 61% para 52% no primeiro ano
do governo José Serra (PSDB).
Foi a maior queda do nível de
satisfação dentre todas as modalidades de transporte coletivo e a
maior redução anual desde 2000
-além de semelhante à verificada no segundo ano da administração Marta Suplicy (PT), antes
da implantação do bilhete único.
As principais explicações para
os resultados da pesquisa da
ANTP (Associação Nacional de
Transportes Públicos) divulgada
ontem estão ligadas à elevação da
tarifa, de R$ 1,70 para R$ 2, e à superlotação dos ônibus, num ano
em que houve recorde de passageiros sem contrapartida da oferta -ao contrário, com queda de
5% da frota em algumas regiões.
O bilhete único contribuiu para
que 2,5 bilhões de passageiros
passassem nas catracas em 2005
(alta de 49%), superior à marca de
2,1 bilhões registrada em 1986.
"O bilhete é uma grande vantagem, mas não houve a mesma
acomodação dos passageiros",
disse Rogério Belda, presidente da
ANTP e assessor da Secretaria
Municipal dos Transportes, numa referência ao desconforto
dentro dos ônibus.
A existência do cartão inteligente, que permite baldeações gratuitas em duas horas pagando uma
só passagem, e dos corredores exclusivos não evitou que a aprovação aos coletivos municipais ficasse em 2005 inclusive abaixo da
dos outros transportes avaliados.
Enquanto 52% dos que usaram
os serviços nos três meses anteriores à pesquisa -de outubro a
novembro- consideravam os
ônibus da capital bons ou excelentes, 55% tinham essa avaliação
dos trens, 64% dos ônibus metropolitanos e 90% da rede do Metrô.
Com exceção dos ônibus do
corredor São Mateus/Jabaquara,
a cargo da EMTU (empresa estadual que gerencia os coletivos intermunicipais), todos os modos
tiveram redução do nível de satisfação entre 2004 e 2005, mas nenhum caso se aproximou da queda de nove pontos percentuais verificada nos ônibus paulistanos.
A pesquisa teve 2.300 entrevistas na Grande São Paulo, com
margem de erro de dois pontos
percentuais para os dados gerais.
Mesmo com a possibilidade das
baldeações gratuitas, só 18% dos
usuários estão satisfeitos com a
tarifa de R$ 2 em relação ao que os
serviços valem. Esse índice é de
24% nos trens e de 38% no Metrô.
A integração do bilhete do ônibus com a rede sobre trilhos, pelo
preço de R$ 3, anunciada no final
do ano, ainda não havia sido definida na época das entrevistas.
A insatisfação com os coletivos
da capital é maior nas zonas leste
e sul. Nos corredores, ela é inferior: a aprovação alcança 59%.
O secretário dos Transportes de
Serra, Frederico Bussinger, disse
que a superlotação dos ônibus "é
uma realidade" que está sendo
combatida com mudanças nas linhas e remanejamento da frota.
"É verdade que há pontos superlotados, mas há outros ociosos, batendo lata, como na avenida Paulista", afirmou Bussinger,
para quem a piora na avaliação
reflete a alta da demanda em 2005.
O SP Urbanuss (sindicato das viações) afirmou que alguns problemas estão relacionados a fatores
que independem das empresas,
como tempo de viagem -agravado por congestionamentos.
Atílio Nerilo, gerente de gestão
de qualidade da CPTM, avalia que
parte da queda na aprovação dos
trens -de 60% para 55%- pode
estar ligada ao aumento de passageiros. "Os novos usuários costumam ser mais críticos", afirmou.
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