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SEGURANÇA
Além disso, outros 1.500 vão para funções burocráticas para liberar agentes; instituição tem hoje 6.600 homens
Lula autoriza PF a contratar 3.000 policiais
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva assinou ontem duas medidas provisórias para a criação de
5.000 cargos na Polícia Federal.
Desses, 3.000 são para policiais e
1.500, para cargos de apoio. Os
outros 500 serão agentes penitenciários federais, carreira que não
existia e foi criada pelo governo
petista. As MPs devem ser publicadas no "Diário Oficial" da
União de segunda-feira.
A PF ainda não sabe quanto isso
vai custar. A divisão de vagas para
policiais ficou da seguinte forma:
500 delegados, 1.100 agentes, 500
peritos, 600 escrivães e 300 papiloscopistas. Hoje, a PF possui cerca de 6.600 policiais.
Se o concurso a ser realizado pelo governo mantiver as remunerações atuais, apenas os policiais
da área operacional custarão R$
15,55 milhões mensais aos cofres
públicos. O salário de delegado
hoje alcança cerca de R$ 7.100, e
dos demais cargos, R$ 4.800.
Os agentes penitenciários ganharão ao menos R$ 3.000.
Na área administrativa, serão
1.260 técnicos e 240 analistas. O
salário inicial dessas carreiras é de
R$ 350, em média, resultando em
impacto aproximado de R$ 525
mil mensais. Esses funcionários
devem liberar policiais para trabalhar nas ruas.
Lula autorizou também a contratação emergencial, sem concurso público, de 200 agentes. Os
contratos terão validade de um
ano, podendo ser ampliados por
igual período.
Segundo o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, devem
ser feitos concursos neste ano. Os
200 novos agentes devem ser recrutados entre ex-integrantes das
Forças Armadas e membros das
cúpulas das polícias estaduais. A
urgência do governo na contratação se justifica, segundo Bastos,
pela construção de cinco presídios federais no país e a federalização de algumas unidades.
Em razão das atuais condições
da estrutura da Academia Nacional de Polícia, serão precisos pelo
menos mais três anos para treinar
os policiais federais que o governo
pretende contratar.
Rio de Janeiro
A liberação imediata de uma
verba federal de R$ 700 mil para a
construção de um alambrado de
proteção em torno do Complexo
Penitenciário de Bangu foi a principal medida anunciada ontem
após reunião no Rio entre o ministro Thomaz Bastos e a governadora Rosinha Matheus.
Quase todas as outras medidas
anunciadas, várias já conhecidas,
serão implementadas a médio e
longo prazos. A reunião durou
menos de uma hora, no Palácio
Laranjeiras. Rosinha considerou
a reunião "positiva".
Segundo o ministro, o alambrado (uma cerca dupla de aço que
deverá melhorar a vigilância e impedir fugas) já está prevista no
projeto de criação dos presídios
federais ainda em estudo. Deverá
ser utilizado inicialmente no Rio
de Janeiro.
O ministro e a governadora
anunciaram o início de um processo de integração de trabalho de
inteligência, de patrulhamento
costeiro, policiamento de portos e
aeroportos e destruição de pistas
de pouso clandestinas.
Além das polícias do Rio, farão
parte das operações integradas
Exército, Marinha e Aeronáutica
(estas sem participar do patrulhamento nas ruas), além de organismos ligados à inteligência financeira, como a Receita Federal, o
Banco Central e a Comissão de
Valores Mobiliários.
Também foi anunciado o repasse de R$ 40 milhões para programas de qualificação das polícias.
Bastos disse que parte dos agentes
penitenciários federais que serão
contratados de maneira emergencial pode ir para o Rio.
União e Estado
Uma nova comissão reunirá representantes dos governos federal
e estadual para cuidar de questões
técnicas e operacionais.
A comissão não tem poderes sobre as polícias Civil e Militar. Essas corporações participarão das
ações desde que o governo do Estado concorde. Ontem pela manhã, já houve uma operação
unindo Polícia Federal e Polícia
Civil no complexo do Alemão.
Entre as questões que a comissão discutirá estão a possível federalização de alguns presídios do
Rio; a reorganização do sistema
de visitas, diminuindo o número
de advogados com acesso a cada
preso; e a transferência de prisioneiros de alta periculosidade.
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