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SAÚDE
Estados como Santa Catarina e São Paulo registram número elevado de casos da doença, que não costuma ser grave
Conjuntivite se espalha e preocupa médicos
DA REPORTAGEM LOCAL
O número elevado de casos de
conjuntivite viral neste mês despertou a atenção de médicos e autoridades sanitárias de vários Estados, principalmente Santa Catarina e São Paulo, e, em menor
grau, Mato Grosso do Sul e Paraná. Inflamação da membrana que
recobre a parte externa do olho, a
doença só provoca desconforto.
A situação dos catarinenses é a
mais preocupante. De acordo
com a Secretaria de Saúde do Estado, foram notificados 23.542 casos de conjuntivite desde o último
dia 5. O avanço da doença fez com
que o governo preparasse uma
campanha informativa.
Em São Paulo, segundo a Vigilância Epidemiológica do Estado,
foram 13 mil casos desde o início
do ano. Em ambas as regiões, não
há parâmetros para comparar o
surto com a incidência da doença
em anos anteriores porque a conjuntivite não é notificada compulsoriamente, como a dengue.
A desconfiança de que há uma
epidemia surge no pronto-socorro, que quantifica o atendimento
e passa as informações para instâncias superiores, que também
as repassam, até chegar à Funasa
(Fundação Nacional de Saúde).
Ontem, o órgão federal divulgou que os casos de Santa Catarina têm as mesmas características
das encontradas em outros Estados, o que sugere uma epidemia.
Além disso, por se tratar de uma
doença sem grandes complicações, somente parte dos casos
chega a ser notificada, o que ocorre quando o paciente procura algum tipo de atendimento.
Em Santa Catarina, técnicos do
Estado estão examinando as cepas de vírus que têm provocado a
transmissão rápida da doença.
A região de Joinville foi a que registrou o maior número de contaminações, totalizando 7.993 casos. A região metropolitana de
Florianópolis vem em seguida,
com 7.001 notificações.
O mesmo exame dos vírus foi
pedido pela chefe do departamento de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ana Luisa Hofling de Lima,
após atender mais de cem casos
de conjuntivite em seis dias, no
pronto-socorro do Hospital São
Paulo, onde os atendimentos estão em curva ascendente.
"Todo inverno, temos um aumento do número de casos porque as pessoas vivem mais confinadas, o que facilita a transmissão. Dessa vez, ouço os pacientes
dizerem que chegaram há pouco
da praia ou da piscina, outros
meios de contrair o vírus", diz.
Segundo ela, há dois tipos de vírus que provocam a conjuntivite
-adenovírus e enterovírus. Este
último, de acordo com Lima, provoca também complicações gastrointestinais. "O mesmo vírus da
conjuntivite provoca ainda inflamações de garganta, por exemplo, mas, dessa vez, não ouvimos
reclamações sobre isso", afirma.
A conjuntivite é uma doença benigna. No entanto o tratamento
inadequado pode deixar sequelas,
como o comprometimento da visão. A oftalmologista da Unifesp
alerta para o uso de colírios. Os do
tipo lubrificante, que funcionam
como uma espécie de lágrima, são
os únicos que podem ser usados.
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