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São Paulo, sábado, 15 de março de 2003

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SAÚDE

Estados como Santa Catarina e São Paulo registram número elevado de casos da doença, que não costuma ser grave

Conjuntivite se espalha e preocupa médicos

DA REPORTAGEM LOCAL

O número elevado de casos de conjuntivite viral neste mês despertou a atenção de médicos e autoridades sanitárias de vários Estados, principalmente Santa Catarina e São Paulo, e, em menor grau, Mato Grosso do Sul e Paraná. Inflamação da membrana que recobre a parte externa do olho, a doença só provoca desconforto. A situação dos catarinenses é a mais preocupante. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, foram notificados 23.542 casos de conjuntivite desde o último dia 5. O avanço da doença fez com que o governo preparasse uma campanha informativa. Em São Paulo, segundo a Vigilância Epidemiológica do Estado, foram 13 mil casos desde o início do ano. Em ambas as regiões, não há parâmetros para comparar o surto com a incidência da doença em anos anteriores porque a conjuntivite não é notificada compulsoriamente, como a dengue. A desconfiança de que há uma epidemia surge no pronto-socorro, que quantifica o atendimento e passa as informações para instâncias superiores, que também as repassam, até chegar à Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Ontem, o órgão federal divulgou que os casos de Santa Catarina têm as mesmas características das encontradas em outros Estados, o que sugere uma epidemia. Além disso, por se tratar de uma doença sem grandes complicações, somente parte dos casos chega a ser notificada, o que ocorre quando o paciente procura algum tipo de atendimento. Em Santa Catarina, técnicos do Estado estão examinando as cepas de vírus que têm provocado a transmissão rápida da doença. A região de Joinville foi a que registrou o maior número de contaminações, totalizando 7.993 casos. A região metropolitana de Florianópolis vem em seguida, com 7.001 notificações. O mesmo exame dos vírus foi pedido pela chefe do departamento de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ana Luisa Hofling de Lima, após atender mais de cem casos de conjuntivite em seis dias, no pronto-socorro do Hospital São Paulo, onde os atendimentos estão em curva ascendente. "Todo inverno, temos um aumento do número de casos porque as pessoas vivem mais confinadas, o que facilita a transmissão. Dessa vez, ouço os pacientes dizerem que chegaram há pouco da praia ou da piscina, outros meios de contrair o vírus", diz. Segundo ela, há dois tipos de vírus que provocam a conjuntivite -adenovírus e enterovírus. Este último, de acordo com Lima, provoca também complicações gastrointestinais. "O mesmo vírus da conjuntivite provoca ainda inflamações de garganta, por exemplo, mas, dessa vez, não ouvimos reclamações sobre isso", afirma. A conjuntivite é uma doença benigna. No entanto o tratamento inadequado pode deixar sequelas, como o comprometimento da visão. A oftalmologista da Unifesp alerta para o uso de colírios. Os do tipo lubrificante, que funcionam como uma espécie de lágrima, são os únicos que podem ser usados.


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