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São Paulo, sábado, 15 de março de 2003

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AMBIENTE

Incêndios florestais atingem o Estado há 40 dias; quatro cidades estão em estado de calamidade

Fogo atinge reservas indígenas em Roraima

Claudemir Carvalho/Diário da Amazônia
Foco de incêndio em Roraima; fogo atingiu reservas indígenas


JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Duas reservas indígenas -Ianomâmi e São Marcos- e uma unidade de conservação -Caracaraí- foram atingidas pelos incêndios florestais que devastam o Estado de Roraima há 40 dias.
Segundo os órgãos ambientais, é o cenário mais grave desde 1998, quando cerca de 3.000 km2 foram queimados.
De acordo com os técnicos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Defesa Civil, o fogo tem chegado a regiões de mata contínua e de serra, áreas em que o combate é praticamente impossível.
Quatro municípios -Mucajaí, Alto Alegre, Cantá e Iracema- estão em estado de calamidade pública devido à alta concentração de fumaça no ar e devido ao descontrole dos focos.
"O estado aqui é crítico, caótico. Temos muitos problemas de saúde por causa da fumaça", afirmou o prefeito de Mucajaí, Aparecido Vieira Lopes (sem partido).
A Defesa Civil mantém 11 bases de combate ao fogo espalhadas pelo Estado. Uma força-tarefa com homens de Brasília e de Manaus está sendo montada para ajudar nos trabalhos. Atualmente, 640 pessoas, incluindo homens do Exército e da Polícia Militar, estão envolvidas no enfrentamento do fogo. Cinco helicópteros também participam das operações, além de caminhões.
As queimadas sem uso de técnicas adequadas promovidas por pequenos agricultores e as condições climáticas de pouca umidade, segundo o Ibama, são as principais responsáveis pelo fogo.
O governo estadual empregou, desde janeiro, R$ 1,2 milhão para manter a logística de combate aos incêndios. Não há estimativas recentes de quanto já foi destruído.
Havia duas semanas, o Ibama falava em 100 km2, o que equivale a cinco vezes o tamanho do arquipélago de Fernando de Noronha.

Ajuda federal
O governo federal vai oferecer ajuda financeira aos agricultores para que eles não coloquem fogo nas roças e estimulem novas queimadas. A medida foi anunciada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente), em Brasília, após reunião com outros ministros.
A ministra não deu detalhes da ajuda -chamada de "seguro-safra"-, que deverá ser concedida para os agricultores que se comprometerem a não atear fogo antes das chuvas, previstas para os próximos 15 dias. O valor do seguro está em estudo.
Segundo a ministra, mil homens especializados no combate ao fogo estão de prontidão em Brasília para ajudar a combater o incêndio no Norte do país. Outros 400 já estão atuando no local.

Colaborou a Sucursal de Brasília


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