São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Para advogado de suspeito, investigação é parcial

ENVIADA ESPECIAL A CATANDUVA

O advogado José Luis de Oliveira Lima, que representa o médico Wagner Rodrigo Brida Gonçalves, disse ontem que a retirada do caso da autoridade policial que presidia as investigações e sua substituição informal pelo Ministério Público "constituem-se em evidência de que o caso vem sendo conduzido de maneira parcial".
"Na minha opinião é escandalosa a investigação feita pelo Ministério Público, com a própria juíza participando, ouvindo testemunhas, inclusive. A juíza tem de ter imparcialidade. Ela vem dando entrevistas diárias a respeito dos fatos, o que me parece ser uma conduta inadmissível."
Diz o advogado: "É a primeira vez em 20 anos de carreira que vejo o Ministério Público invadindo, retirando, sem qualquer fato concreto, a autoridade policial de uma investigação".
Oliveira Lima diz ter ouvido "notícias" de que a mesma promotora que está conduzindo a investigação -ele se refere a Noemi Corrêa- é alvo de representação feita na Corregedoria Geral do Ministério Público por seu colega de Catanduva, o promotor Antonio Bandeira Neto.
A juíza Sueli Juarez Alonso e o promotor Bandeira Neto não quiseram falar à Folha.

Polícia Civil
Com relação às críticas feitas por mães de supostas vítimas, que afirmam que as delegadas Maria Cecília de Castro e Rosana Vanni, da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Catanduva, agiram premeditadamente no sentido de acobertar a chamada "banda rica" da rede de pedófilos que existiria na cidade, o delegado seccional de Catanduva, Edson Antônio Ermenegildo, disse que "não recebeu nenhuma notificação referente à conduta das delegadas -tanto em relação às investigações quanto ao atendimento".
O delegado afirmou "que as mães podem levar as reclamações à 5ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil, para que as denúncias sejam apuradas."
Ainda de acordo com o seccional, "assim que chegaram as primeiras informações sobre pedofilia, a DDM do município instaurou inquérito para apurar a denúncia. O inquérito foi relatado em fevereiro, e dois homens foram presos. As investigações correram normalmente, como em qualquer caso. Existe um segundo inquérito de pedofilia em andamento pelo Gaeco de São José do Rio Preto." (LC)



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