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Traumas para a criança podem ser evitados
DA REPORTAGEM LOCAL
Disputas pela guarda podem envolver os filhos em
sentimentos ruins, como
culpa e rejeição. "Mas é possível preservá-los. Nem todo
divórcio é traumático para o
filho", diz a psicóloga Maria
Luisa Valente, Universidade
Estadual Paulista.
Se o fracasso do casamento
é inevitável e há disputa judicial, diz ela, a criança fica menos ansiosa quando se sente
amada pelos dois lados.
"Mesmo as separações em
que os pais não se gostam podem ser assimiladas, se a
criança entender que isso faz
parte da vida -ela também
pode brigar com um amiguinho de quem gostava. O que
será mais difícil é achar que
um dos pais não gosta dela ou
que ela foi, de alguma forma,
a causa da separação."
Em ex-casais divididos entre países, diz Valente, é preciso aproximar o filho dos
dois lados para evitar sensação de abandono. "Com telefone e internet, a criança pode se aproximar do pai e sentir que os adultos se divorciaram entre si, mas não dela."
Para a terapeuta familiar
Rosa Maria de Macedo, pais
separados costumam "coisificar" a criança disputada,
"como se ela fosse um troféu". "Cobrar lealdade da
criança e colocá-la para espionar o ex são atitudes comuns que prejudicarão sua
formação", diz.
O ziguezague entre países
em disputa judicial pode
atrapalhar o aprendizado.
"Aprender culturas e idiomas é enriquecedor, mas a
criança conseguirá fazer isso
se estiver segura e estimulada a estudar", diz a psicopedagoga Silvia Amaral. "Isso
depende do temperamento
da criança, mas sempre vale
tomar cuidado."
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