São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO

Prefeitura diz que problemas em obras e reajustes explicam aumento; entrega era prevista para janeiro

Novos escolões custarão 46% a mais

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os últimos quatro CEUs (Centros Educacionais Unificados) da gestão Marta Suplicy (PT) estão sendo entregues com atraso e vão custar, em média, R$ 20 milhões cada um -quase 50% acima da estimativa inicial divulgada pela Prefeitura de São Paulo para a média dos escolões.
Os quatro deveriam ter ficado prontos em janeiro, mas apenas um deles foi inaugurado até agora, o São Rafael, na zona leste.
Outros dois já estão quase terminados. Um deles, o Campo Limpo (zona sul), será inaugurado no próximo sábado. O mais problemático é o Casa Blanca, também na zona sul, que só deve ficar pronto em meados de junho.
O preço final dessas quatro unidades é 46% maior do que a previsão inicial divulgada pela prefeitura para cada escolão, de cerca de R$ 13,7 milhões. No ano passado, a estimativa já tinha sido elevada para R$ 16,4 milhões.
Mas, com o preço final desses últimos quatro, a média de custo de cada um dos CEUs deve beirar os R$ 17 milhões.
A prefeitura atribui os aumentos a problemas nos terrenos e a reajustes previstos em contrato.
Os escolões são uma das principais realizações que Marta deve explorar na sua campanha à reeleição. Localizados na periferia da cidade, têm piscinas, biblioteca, teatro, computadores com acesso à internet e quadras esportivas abertas à população carente. Cada um deles tem capacidade para 2.400 alunos.
Para o vereador Roberto Tripoli (PSDB), que levantou os dados sobre os CEUs, os escolões "são apenas uma vitrine para a eleição, em que se está gastando um monte de dinheiro para a criação de poucas vagas".

Problemas nos terrenos
O diretor do Edif (departamento de edificações da prefeitura, responsável pelas obras), Ademir de Morais Mata, explica que o aumento dos custos deve-se principalmente a problemas encontrados nos terrenos e a mudanças nos projetos, como a sofisticação dos teatros.
No caso específico dos últimos quatro CEUs, houve também reajustes dos contratos, porque sua execução durou mais de um ano.
Como foram os últimos que começaram a ser construídos, esses escolões tiveram, a partir de outubro de 2003, um reajuste de 22% na parte que ainda não estava concluída.
Como problemas das obras, o diretor do Edif cita, por exemplo, detonações que tiveram de ser feitas num CEU em Brasilândia, na zona norte, que deverá ser inaugurado em breve.

Pioneiro
O primeiro escolão foi inaugurado em 1º de agosto do ano passado, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então ministro da Educação Cristovam Buarque.
O pioneiro CEU Jambeiro fica no distrito de Lajeado, na região da Subprefeitura de Guaianases -uma das mais carentes da cidade-, na zona leste.
Essa unidade é a maior prevista no projeto, com 42 mil metros quadrados e capacidade total para 2.400 alunos.
A segunda unidade, o escolão Rosa da China, foi inaugurada em Sapopemba, também na zona leste, no dia 10 de agosto.


Texto Anterior: Impasse: Juíza não define quem pagará obra em obelisco
Próximo Texto: Grupo protesta por mais escolas em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.