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SEGURANÇA
Foi anunciada a criação de uma força-tarefa para combater esse crime
Seqüestro relâmpago terá prioridade
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de afirmar que o seqüestro relâmpago está em tendência
de queda, a Secretaria da Segurança do Estado de São Paulo resolveu priorizar o combate a esse
tipo de crime. Mudança na tipificação do crime nas delegacias,
elaboração de estatísticas específicas com números de todo o Estado e a criação de uma força-tarefa,
unindo vários departamentos da
polícia paulista, estão entre as medidas anunciadas pelo governo.
Segundo a secretaria, 40 seqüestros relâmpagos são registrados
por mês na capital paulista -média de janeiro a março de 2004. Isso representa uma queda de
38,4% em relação à média mensal
registrada em 2003. Em 1999, a
média era de 250 casos.
Os registros de seqüestros relâmpagos são bem maiores do
que os de seqüestros tradicionais
-onde há cativeiro e a família recebe pedido de resgate- na capital paulista. Em 2003, foram 65 casos por mês, contra sete seqüestros tradicionais.
Hoje, o seqüestro relâmpago é
registrado como roubo, apesar de
a vítima ficar algum tempo em
poder dos criminosos e de ser
obrigada a fornecer senhas de cartões bancários. Esse crime não faz
parte das estatísticas oficiais.
Também não há nenhum levantamento dos registros no Estado.
Ontem, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu
Filho, disse que a primeira mudança será a tipificação do crime,
que passará a ser registrado como
roubo/extorsão mediante seqüestro (o último refere-se ao seqüestro tradicional). "Existe [seqüestro relâmpago], tudo bem. Mas
está em queda", disse o secretário.
A iniciativa de mudar a tipificação partiu do Ministério Público,
que solicitou o mesmo à secretaria. Segundo o procurador-geral
de Justiça, Rodrigo César Rebello
Pinho, promotores serão orientados a denunciar criminosos por
roubo e extorsão mediante seqüestro ao mesmo tempo.
A Procuradoria tinha aberto
procedimento no começo do mês
e cobrava a elaboração de estatísticas específicas por parte do governo. Pinho disse que nenhuma
estatística sobre seqüestros relâmpagos, incluindo da capital,
foi informada ao Ministério Público de São Paulo.
"Fico contente que a secretaria
tenha seguido nossa orientação",
disse o procurador-geral, que não
quis comentar qual seria o procedimento se os seqüestros relâmpagos não fossem incluídos nas
estatísticas oficiais.
A secretaria não informou se os
números da capital foram elaborados pelo Deic (Departamento
de Investigações sobre o Crime
Organizado) -que costumava
fazer levantamentos cuja divulgação foi cancelada- ou se foi realizado uma nova pesquisa.
A Divisão Anti-Sequestro, criada para investigar seqüestros tradicionais, participará de uma força-tarefa com outros departamentos da polícia, para combater
os seqüestros relâmpagos.
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