São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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SEGURANÇA

Foi anunciada a criação de uma força-tarefa para combater esse crime

Seqüestro relâmpago terá prioridade

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de afirmar que o seqüestro relâmpago está em tendência de queda, a Secretaria da Segurança do Estado de São Paulo resolveu priorizar o combate a esse tipo de crime. Mudança na tipificação do crime nas delegacias, elaboração de estatísticas específicas com números de todo o Estado e a criação de uma força-tarefa, unindo vários departamentos da polícia paulista, estão entre as medidas anunciadas pelo governo.
Segundo a secretaria, 40 seqüestros relâmpagos são registrados por mês na capital paulista -média de janeiro a março de 2004. Isso representa uma queda de 38,4% em relação à média mensal registrada em 2003. Em 1999, a média era de 250 casos.
Os registros de seqüestros relâmpagos são bem maiores do que os de seqüestros tradicionais -onde há cativeiro e a família recebe pedido de resgate- na capital paulista. Em 2003, foram 65 casos por mês, contra sete seqüestros tradicionais.
Hoje, o seqüestro relâmpago é registrado como roubo, apesar de a vítima ficar algum tempo em poder dos criminosos e de ser obrigada a fornecer senhas de cartões bancários. Esse crime não faz parte das estatísticas oficiais. Também não há nenhum levantamento dos registros no Estado.
Ontem, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que a primeira mudança será a tipificação do crime, que passará a ser registrado como roubo/extorsão mediante seqüestro (o último refere-se ao seqüestro tradicional). "Existe [seqüestro relâmpago], tudo bem. Mas está em queda", disse o secretário.
A iniciativa de mudar a tipificação partiu do Ministério Público, que solicitou o mesmo à secretaria. Segundo o procurador-geral de Justiça, Rodrigo César Rebello Pinho, promotores serão orientados a denunciar criminosos por roubo e extorsão mediante seqüestro ao mesmo tempo.
A Procuradoria tinha aberto procedimento no começo do mês e cobrava a elaboração de estatísticas específicas por parte do governo. Pinho disse que nenhuma estatística sobre seqüestros relâmpagos, incluindo da capital, foi informada ao Ministério Público de São Paulo.
"Fico contente que a secretaria tenha seguido nossa orientação", disse o procurador-geral, que não quis comentar qual seria o procedimento se os seqüestros relâmpagos não fossem incluídos nas estatísticas oficiais.
A secretaria não informou se os números da capital foram elaborados pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) -que costumava fazer levantamentos cuja divulgação foi cancelada- ou se foi realizado uma nova pesquisa.
A Divisão Anti-Sequestro, criada para investigar seqüestros tradicionais, participará de uma força-tarefa com outros departamentos da polícia, para combater os seqüestros relâmpagos.


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