São Paulo, quarta, 15 de abril de 1998

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Hospital São Paulo é atingido parcialmente; docentes e funcionários realizam ato público
Professores da Unifesp fazem greve

Luzia Ferreira/Folha Imagem
Funcionários do Hospital São Paulo fazem protesto diante do prédio


da Reportagem Local

Os médicos residentes e os funcionários da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) iniciaram ontem uma paralisação que continua hoje. Amanhã, vão decidir se o movimento prossegue.
O Hospital São Paulo, pertencente à universidade, foi parcialmente atingido. Segundo a assessoria de imprensa da Unifesp, só foram paralisados os ambulatórios de obstetrícia, cardiologia e endocrinologia, que deixaram de atender 70 pacientes. O centro cirúrgico, as UTIs e demais ambulatórios, segundo o hospital, mantiveram suas atividades normais.
De acordo com a associação dos docentes da Unifesp, o primeiro dia de paralisação foi um sucesso, com todas as aulas suspensas. "Não sabemos precisar o total de adesão, mas conseguimos sensibilizar muita gente", diz Francisco Lacaz, secretário da associação.
Além de reajuste salarial de 48,65% e suspensão de demissões -principais reivindicações dos professores das federais do país-, os grevistas da Unifesp protestam contra a falta de condições de trabalho.
Segundo a associação dos docentes, há falta de medicamentos básicos, materiais e equipamentos importantes para o atendimento dos pacientes.
O diretor-superintendente do Hospital São Paulo, José Roberto Ferraro, confirmou que as condições do hospital são ruins. "Tivemos de adiar cirurgias por falta de material de prótese", diz.
A dívida do hospital com fornecedores de materiais é de R$ 18 milhões. Segundo Ferraro, o Ministério da Saúde repassa anualmente R$ 7 milhões ao hospital, cerca de R$ 1 milhão menos que o necessário.
A associação dos docentes divulgou documento mostrando que houve diminuição de 26% no repasse de recursos do MEC de 96 para 97. Neste ano, diz a associação, houve atraso de três meses no repasse de verbas.
O ministério nega a redução. "Houve sim um atraso nos repasses normais de 98 porque tivemos que arcar com restos a pagar do orçamento de 97. Mas nessa semana estaremos regularizando a situação", diz José Luiz Valente, diretor de desenvolvimento do ensino superior da Sesu (Secretaria de Ensino Superior) do MEC.
Os professores e funcionários da Unifesp farão hoje, às 11h, um ato público contra as más condições do Hospital São Paulo.



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