São Paulo, quarta, 15 de abril de 1998

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O CRÍTICO
Régis de Oliveira diz que SP está abandonada
Vice critica Pitta e já sonha com prefeitura

FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

Calado desde o início do movimento dos rebeldes na Câmara Municipal, o vice-prefeito de São Paulo, Régis de Oliveira, começa a criticar a gestão Pitta e a planejar, ainda que dissimuladamente, seu possível governo.
Oliveira é um dos articuladores políticos do grupo de vereadores que pertencia à chamada base governista e que rompeu com o prefeito Celso Pitta.
Até então afastado da linha de frente do movimento que planeja o impeachment, ele convocou os jornalistas para uma entrevista na tarde de ontem e afirmou que a atual administração é "ruim".
"A administração está falhando em inúmeros pontos. O PAS (Plano de Atendimento à Saúde) tem mil problemas e a qualidade do serviço vem caindo paulatinamente. A cidade está imunda e os parques com problemas", afirmou.
Ele também criticou as ações na área educacional, da qual foi secretário municipal no primeiro semestre de 97, até ser "despejado" por Pitta.
"Quando saí, em julho, tínhamos 200 mil crianças fora da escola. O município e o Estado estão faltando em sua função social. Já as creches pagam pouco e atrasado."
Novo governo
Oliveira negou diversas vezes, durante a entrevista, que esteja planejando sua base de governo -para o caso de Pitta sofrer processo de impeachment ou mesmo ser "afastado" por Maluf, seu padrinho político que teme desgastar sua imagem e dificultar sua ida ao Palácio dos Bandeirantes.
No entanto, disse que, caso assuma, pretende fazer um governo de "centro-esquerda, com coalizão com o PT e o PSDB" e sem "nenhum tipo de loteamento de cargos". "Os rebeldes podem até participar de minha administração, mas ninguém tem promessa de absolutamente nada para me apoiar", afirmou.
O vice-prefeito disse que não haverá roubo em sua gestão, mas afirmou ser impossível acabar com toda a corrupção que existe. "Não dá para acabar com tudo, mas com certeza a gente diminui."
Oliveira já sabe como resolver os problemas da cidade. "Politicamente, você senta e conversa. Financeiramente, há uma série de ações possíveis, como o reescalonamento da dívida e o enxugamento do funcionalismo municipal."



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