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CASO DANIELLA PEREZ 2
Segundo funcionários do tribunal, juradas são consideradas mais benevolentes
Júri tem 4 mulheres e 3 homens
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
Cinco dos sete
jurados que decidirão o destino de Paula
Thomaz são
funcionários
públicos. Apenas um deles
trabalha na iniciativa privada, e o
sétimo é empregado de uma empresa de capital misto.
Empresas públicas costumam
ceder com mais facilidade empregados aos tribunais. Como os jurados têm que faltar ao trabalho, empresas privadas não gostam de indicar funcionários.
Há quatro juradas: Ileana Andrade de Mel, Jussara Fidélis Carvalho
da Silva, Nilza Ávila Ribeiro e Roseli Rufino de Almeida. Todas são
funcionárias públicas.
Funcionários que costumam
acompanhar julgamentos no 2º
Tribunal do Júri disseram que,
teoricamente, mulheres são consideradas mais "benevolentes".
Os outros três jurados são Caubi
Pereira Bastos da Silva, funcionário do Instituto de Resseguros do
Brasil (empresa de capital misto),
Jorge Brito Souza Filho, aeroviário, e Manuel Antônio dos Santos
Bernardo, funcionário público.
Os jurados são escolhidos por
sorteio entre 21 nomes indicados
para participar dos julgamentos
no 2º Tribunal durante o mês de
maio. Estes 21 fazem parte de uma
lista de 500 nomes publicada no final do ano passado.
Os 500 nomes iniciais são escolhidos pelo juiz a partir de listas
fornecidas por empresas. O Tribunal exige que os indicados tenham
reputação idônea.
Quem participa de um júri não
recebe dinheiro, mas um atestado
de prestação de serviços públicos e
idoneidade moral e tem direito à
prisão especial para crime comum.
Os jurados, que normalmente
não se conhecem, podem ficar
juntos dias e dias e têm autorização para conversar sobre qualquer
coisa, menos sobre o que os levou
ao Tribunal: o processo.
Antes do julgamento de Paula
Thomaz, os 21 integrantes do grupo escalado para o mês de maio receberam um histórico do caso e foram questionados se tinham envolvimento com as partes.
Todos ficam à disposição da Justiça no mês em que estiverem escalados. Os sorteados para o julgamento dormem e fazem refeições
no tribunal. A sala de um juiz foi
adaptada para ser dormitório.
Só ontem, almoçaram no prédio
do Tribunal 75 pessoas, incluindo
funcionários da Justiça e seguranças. Bife à milanesa e frango eram
as opções do cardápio.
O Tribunal não tem verba definida para um julgamento longo, como o de Paula Thomaz. O julgamento de apenas um dos acusados
da chacina de Vigário Geral, no
mês passado, custou R$ 7.000.
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